Sociedade carbonífera, ensino de história e educação patrimonial: memória, e esquecimento na compreensão das relações de classe, gênero e raça na cidade de Butiá (RS) no período entre 1936 e 1964, através da construção de maquetes por alunos dos 6º e 7º anos do ensino fundamental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Bica, Alan Nunes
Orientador(a): Schmidt, Benito Bisso
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/248058
Resumo: Esta dissertação apresenta uma análise de um projeto de educação patrimonial desenvolvido em aulas de história, com alunos dos 6º e 7º anos do ensino fundamental da escola Venceslau Brás, localizada no bairro Vila Julieta, cidade de Butiá, Região Carbonífera do RS. O trabalho compreendeu a produção de maquetes de patrimônios edificados da cidade, previamente escolhidos a partir do Projeto Memória, este, produzido pela Prefeitura Municipal de Butiá desde 2019. O período delimitado vai de 1936 a 1964, quando ocorreu, sob tutela do Consórcio Administrador de Empresas de Mineração (CADEM), o auge e o início da decadência da mineração de carvão na Região Carbonífera do RS, o que, por sua vez, gerou consequências que reverberaram na formação sócio-histórica de Butiá. Ao mesmo tempo, buscou-se desenvolver um projeto educativo que não tivesse em vista a perspectiva do “Conhecer para Preservar” o patrimônio, consagrada no Guia Básico de Educação Patrimonial (1999), mas, a estruturação de uma prática dialógica, horizontalizada e problematizadora, que possibilitasse aos alunos a apreensão dos bens patrimoniais em seus múltiplos condicionamentos, dando-se destaque, dentre tantos outros, para as relações de classe, gênero e raça. Em relação a estes, utilizou-se a perspectiva teórica da Interseccionalidade, que pressupõe o entrecruzamento de relações de dominação e opressão, na compreensão das relações sociais. Correlacionado a isto, intentou-se perceber os processos de memória e esquecimento que envolviam os espaços edificados. No processo de constituição de maquetes, foram disponibilizadas fontes documentais, fotográficas e audiovisuais aos alunos, angariadas ao longo da pesquisa, sendo estas observadas por meio de roteiro de pesquisa previamente organizado. As maquetes confeccionadas pelos alunos apresentaram enquadramentos específicos de classe, raça e gênero, estando em consonância com os condicionamentos existentes nas estruturas da sociedade butiaense, o que permitiu a reflexão sobre tais aspectos. Da mesma forma, conseguiu-se perceber alguns processos de enquadramento da memória que permeiam os patrimônios edificados analisados, bem como a sociedade em que eles se constituíram, possibilitando a identificação e análise de memórias subterrâneas pouco presentes nas aulas de história.