Tempos, movimentos e escrita: experiência de escuta analítica de professoras

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Homrich, Marcele Teixeira
Orientador(a): Folberg, Maria Nestrovsky
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/102258
Resumo: Esta pesquisa, que aborda o tema escuta de professoras, apresenta como problema fundamental uma investigação acerca das condições que alicerçam a possibilidade de escutar professoras. O objeto do estudo é a trajetória profissional e pessoal da pesquisadora, registrada em diário de campo, enquanto a metodologia utilizada é a escrita em psicanálise. Esta é sustentada pela formulação do tempo lógico, proposto por Lacan (1998b), assim como os estudos de Porge (1994) e Costa (1998) sobre aquela temporalidade. Assim, a escrita acerca da escuta de professoras é concebida a partir do instante de ver, do tempo de compreender, marcado por suspensões, e do momento de concluir. Inicialmente, trabalhamos o instante de ver a partir dos elementos da queixa e do saudosismo que emergem no trabalho docente, e são constatados por pesquisadores do campo da educação. A passagem pelo instante de ver requer um trabalho de posicionamento frente ao enigma sobre a singularidade que pode emergir do sujeito/local que se escuta. Nessa perspectiva, no tempo de compreender buscamos rastros históricos da cidade de Santo Ângelo no sentido de buscar elementos que se repetem no trabalho docente e dinâmicas que possibilitem a elaboração do traumático. A marca da educação jesuítica na cidade incide nos processos educacionais a partir da compreensão da educação como domínio e violência. As moções suspensas que se estabelecem no momento de compreender são movimentos realizados na escrita como forma de escutar aquilo que até aquele momento não estava formulado. Na primeira escansão, buscamos no diário de campo da pesquisadora, registros que indicassem os elementos apontados nas primeiras formulações do tempo de compreender. Na segunda escansão, a compreensão da violência foi trabalhada na via do singular e do coletivo, sendo a marca constitutiva do laço social. Nesse caminho, a violência como marca constitutiva e singular, indicamos a função da escuta como forma de reconhecimento de um lugar no laço social, oferecendo novos endereçamentos para as palavras silenciadas, incluindo aberturas para o outro na sua pura diferença. O momento de concluir é reconhecido como o tempo de singularidade, no qual podemos indicar que o tempo lógico pode ser um dispositivo que fundamenta a escuta, através dos movimentos da passagem de um tempo ao outro, que incidem em perguntas que reposicionam o sujeito frente ao inconsciente. A escrita como maneira de apresentar forma para escuta, colocando em jogo o real e o simbólico, possibilita o exercício da alteridade, que emerge no reconhecimento do grande Outro, abrindo vias para escutar.