A imagem descorporificada de nós mesmos : notas sobre posse do próprio corpo e propriocepção à luz do enativismo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Reis, Rodrigo de Ulhôa Canto
Orientador(a): Klaudat, André Nilo, Carvalho, Eros Moreira de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/230084
Resumo: O presente estudo trata de certos problemas filosóficos relativos à autoconsciência corpórea, tendo como principal objetivo enfraquecer uma imagem descorporificada da concepção que temos de nós mesmos. O trabalho é composto de quatro ensaios conectados: os dois primeiros apresentam uma leitura de filósofos representativos da tradição analítica de inspiração kantiana (Elizabeth Anscombe, Peter Strawson e Gareth Evans), onde se pretende mostrar como esses autores negligenciam nossa natureza corporificada; os outros dois ensaios examinam certos fenômenos de nossa autoconsciência corpórea (a sensação de posse do próprio corpo e a propriocepção), buscando reinterpretá-los à luz de algumas variedades do enativismo (sensório motor, mente estendida e psicologia ecológica). A hipótese central a ser defendida é a de que o corpo humano tem um papel constitutivo, senão em nossa autoconsciência, ao menos na experiência perceptiva. Isso envolve questionar a ideia de que a mente ou o cérebro (as representações mentais ou os neurônios) funcionam isoladamente e estão no centro de nossas operações cognitivas. Na crítica proposta, a mente ou o cérebro são concebidos como em interação com o corpo e com o ambiente. A fim de articular essa concepção holística cérebro-corpo-mundo, a presente tese se vale de alguns conceitos da fenomenologia clássica e das recentes contribuições enativistas que resistem à tendência cognitivista contemporânea. Como resultado, pretende-se meramente sugerir novos caminhos de pesquisas pautados por enativismos sobre a autoconsciência corpórea.