Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Haas, Clarissa |
Orientador(a): |
Baptista, Cláudio Roberto |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Palavras-chave em Espanhol: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/70601
|
Resumo: |
A presente pesquisa analisa a interlocução entre a Educação de Jovens e Adultos (EJA) e a Educação Especial, por meio da construção de narrativas associadas às trajetórias de vida de três jovens com deficiência, matriculados na EJA, na Rede Pública Estadual de Ensino do Rio Grande do Sul, em escolas localizadas no município de Porto Alegre. A partir dos pressupostos da metodologia de história oral, a entrevista aberta foi utilizada como instrumento de pesquisa, tendo, como foco principal, as trajetórias escolares desses sujeitos. Integram ainda as ações da pesquisa: a análise dos indicadores numéricos do Censo Escolar da Educação Básica (anos 2010 e 2011) referentes à Educação Especial na Rede Estadual de Ensino do RS; a visitação e a observação em quatro escolas estaduais que apresentam número elevado de matrículas de pessoas com deficiência na Educação de Jovens e Adultos; a pesquisa exploratória sobre as produções acadêmicas, envolvendo temáticas atinentes à pesquisa. A abordagem sistêmica do pensamento científico constitui os pilares de sustentação teórica desta pesquisa, prioritariamente, as investigações feitas pelos estudiosos Gregory Bateson e Humberto Maturana. Após a transcrição das entrevistas, foram identificados, como eixos para a análise, os processos de estigmatização do Eu; as relações interpessoais (o eu e o outro); os percursos de escolarização e as possibilidades de Ser dos sujeitos. A construção das narrativas foi aliada à discussão das concepções de memória e temporalidades e de identidades individuais e coletivas, a partir do diálogo com os pressupostos da metodologia de história oral e do pensamento sistêmico. A construção das narrativas possibilitou as seguintes considerações: a necessidade de olhar o jovem e o adulto com deficiência além de suas condições orgânicas e de vê-los como sujeitos que têm possibilidades amplas e singulares de viver e aprender e que estas são afetadas pelo contexto social em que estão inseridos; o entendimento de que as trajetórias humanas dos jovens e adultos com deficiência, influenciadas pela cultura e pela linguagem, mostram que as necessidades e anseios desses jovens estão muito próximos das necessidades e anseios dos jovens do grupo social do qual fazem parte; a observação da importância atribuída pelos sujeitos aos processos de comunicação que lhes permitam desenvolver a relação de pertencimento e a participação social; a afirmação da influência dos processos estigmatizadores na restrição das possibilidades desses sujeitos, tanto na dimensão individual como na coletiva; a percepção do fracasso escolar como marca no percurso de escolarização desses sujeitos, reafirmando a constatação histórica de que o ensino exclusivamente especializado não tem cumprido o papel de ser uma etapa transitória na vida desses alunos; da repetição, no ensino comum, de estratégias que indicam a suposta incapacidade desses sujeitos e que são visíveis a partir da configuração de “arranjos escolares”, como a oferta da EJA no turno diurno; a premência de políticas públicas que confiram visibilidade à reflexão e à ação sobre a oferta do Atendimento Educacional Especializado (AEE) para jovens e adultos com deficiência; a necessidade de potencializar o diálogo entre as áreas da Educação Especial e da Educação de Jovens e Adultos, para o enfrentamento coletivo e multidisciplinar das situações desafiadoras que se apresentam. |