O que queremos aprender em inglês? : a construção de um curso em diálogo com sujeitos bilíngues emergentes de uma comunidade em Porto Alegre-RS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Kalil, Fernanda Rubbo
Orientador(a): Welp, Anamaria Kurtz de Souza
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/246548
Resumo: Este trabalho apresenta a construção de um currículo para um curso de inglês como língua adicional voltada para jovens e adultos de classe baixa e média-baixa moradores de uma comunidade social localizada em Porto Alegre-RS. A comunidade está vinculada a uma Organização da Sociedade Civil (OSC), sediada em seu território, onde o curso será realizado. Partindo das seguintes perguntas suleadoras: 1) Como desenvolver um currículo de inglês como língua adicional em um contexto de educação não escolar voltado para moradores de uma comunidade periférica e 2) Que temáticas e práticas de letramento devem compor um currículo pautada nos estudos decoloniais que contemple/atenda as necessidades e os interesses da comunidade em foco?, buscou-se entender o perfil dos educandos em potencial e, a partir do levantamento de suas necessidades e interesses, selecionar temáticas e gêneros discursivos que impliquem práticas de letramento decoloniais em língua inglesa relevantes para os participantes. Tendo como fundamentação as teorias de currículo (GOMES, 2012; SACRISTÁN, 2006; SILVA 2015), educação popular (FREIRE 1997; GADOTTI, 2012), língua como repertório (GARCÍA, 2009; BLOMMAERT e BACKUS, 2013; BUSCH, 2015; GARCÍA e WEI, 2014) e gêneros discursivos (BAKHTIN, 2017), o curso foi desenvolvido a partir do diálogo e da análise de interesses e necessidades dos potenciais educandos, através da aplicação de um questionário e duas rodas de conversa. Com o intuito de promover uma educação linguística transformadora e transgressora (FREIRE, 1997; hooks, 2013), reflexões acerca da decolonialidade (QUIJANO, 2000; MIGNOLO e WALSH 2018; VERONELLI e DAITCH, 2019), educação para relações étnico-raciais (GOMES, 2012, FERREIRA, 2018) e transliguagem (GARCÍA, 2019) foram essenciais para a elaboração do currículo. Como resultado das análises dos dados gerados, foi elaborado um currículo organizado em quatro módulos compostos por 16 encontros desenhados em torno das temáticas relevantes para os estudantes. Por manter-se fiel à proposta de educação linguística decolonial, na medida em que foi embasada pelo “fazer juntos”, acredita-se que a investigação proporcionou o desenvolvimento de um curso interessante e relevante aos participantes, voltada para o diálogo e a problematização sobre questões raciais, de gênero e de classe e, sobretudo, orientado pelos saberes provenientes de grupos marginalizados. Espera-se que este trabalho ofereça contribuições no sentido de inspirar processos educativos voltados a comunidades marginalizadas, pautados no diálogo, na libertação e na transgressão.