Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Rodrigues, Amanda Zimmer |
Orientador(a): |
Visioli, Fernanda |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/275805
|
Resumo: |
As desordens orais potencialmente malignas (DOPM) podem anteceder o desenvolvimento do carcinoma espinocelular oral (CEC). Após o diagnóstico clínico dessas desordens potencialmente malignas, a biópsia é necessária para exame histopatológico e avaliação da severidade das alterações epiteliais, que podem variar de hiperplasia epitelial, hiperceratose, acantose até displasia epitelial. Para o diagnóstico de displasia epitelial devem ser observadas alterações arquiteturais e citológicas do epitélio. É bem evidenciado que as leucoplasias e eritroplasias com displasia epitelial têm maior potencial para progredir para o CEC, porém os critérios de avaliação existentes para o diagnóstico de displasia epitelial geram muita disparidade diagnóstica entre diferentes patologistas, afetando a decisão clínica e manejo do paciente. O sistema de classificação de displasias epiteliais de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) sugere uma avaliação baseada em terços do epitélio como parte dos critérios diagnósticos. Kujan et. al (2006) propôs um sistema binário que dividiu a displasia epitelial oral em baixo e alto grau com base no número de estruturas arquiteturais e citológicas observadas no epitélio displásico. Entretanto, no ano de 2022 houve mudanças propostas nesse sistema de classificação da OMS, com a inclusão de novos critérios na atualização da 5a Edição da OMS na Classificação e de Tumores de Cabeça e Pescoço. Dessa forma, é importante verificar como essas alterações influenciam na predição prognóstica da classificação de displasia oral. O presente trabalho tem como objetivo comparar os diagnósticos e a classificação da displasia epitelial utilizando os critérios da OMS estabelecidos em 2022 com os critérios anteriores e avaliar sua eficácia em prever a transformação maligna, auxiliando assim na detecção precoce do carcinoma espinocelular e melhora no prognóstico dos pacientes. Para isso, lâminas histológicas de casos de leucoplasia, eritroplasia ou leucoeritroplasia oriundos do arquivo da patologia bucal da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e do serviço de Patologia Cirúrgica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) foram avaliadas. As lâminas histológicas incluídas no estudo foram analisadas por três patologistas calibrados e cegos em relação à evolução dos casos. Os casos foram graduados de acordo com a classificação da OMS de 2017 e 2022 em displasias leves, moderadas ou severas; também classificadas de acordo com Kujan et al. (2006) em baixo e alto grau. Todos os critérios arquiteturais e citológicos presentes foram registrados para cada caso. A maioria dos casos de DOPMs afetou fumantes (n= 84) com lesões diagnosticadas como leucoplasia (n=163) e submetidas a biópsia incisional (n= 114). Lesões em áreas de alto risco, clinicamente manifestadas como lesões vermelhas, mostraram maior propensão à transformação maligna (p<0.001). A análise revelou um aumento progressivo da transformação maligna com a severidade da displasia epitelial, mantendo-se com os critérios da OMS 2017 e o Sistema Binário de Kujan, mesmo após a introdução dos novos critérios da OMS em 2022. Na análise multivariável, a alteração do formato celular associou-se ao aumento do risco de transformação maligna. A curva ROC (receiver operating characteristic) estabeleceu pontos de corte indicando que 4 alterações arquiteturais (área abaixo da curva = 0.733, sensibilidade = 0,735 e especificidade 0,733) e 6 citológicas (área abaixo da curva = 0.796, sensibilidade=0,735 e especificidade= 0,738) foram preditivas de transformação maligna. O gráfico de sobrevida de Kaplan-Meier demonstrou que pacientes atingindo esse ponto de corte apresentaram uma progressão mais rápida para o desfecho. Observou-se que a transformação maligna foi igualmente prevista por ambos os sistemas de classificação das displasias epiteliais e que dentre as características de avaliação a alteração da forma celular se mostrou como um fator de prognóstico independente para esse desfecho. O estudo demonstrou que o melhor ponto de corte para classificar as displasias epiteliais orais de baixo a alto grau são de quatro alterações arquiteturais e seis alterações citológicas. |