Desordens potencialmente malignas orais: análise clínica e patológica retrospectiva de 953 casos com ênfase na displasia epitelial oral

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Azevedo, Alexandro Barbosa de
Orientador(a): Pires, Fábio Ramôa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.mar.mil.br/handle/ripcmb/844739
Resumo: As desordens potencialmente malignas orais são lesões com maior possibilidade de progressão para carcinoma espinocelular. Este processo é influenciado por diversos fatores clínicos e histológicos das lesões. Embora a presença e a gravidade da displasia epitelial nessas lesões sejam consideradas os fatores prognósticos mais importantes, os critérios para classificação histológica destas lesões ainda não são totalmente aceitos. Dessa forma, o objetivo desse estudo foi descrever e analisar os aspectos clínicos, epidemiológicose histológicos das desordens potencialmente malignas oraisdiagnosticadas em um laboratório de Patologia Bucal. Foram selecionados todos os casos com diagnóstico de Leucoplasia, Leucoeritroplasia, Eritroplasia e Queilite Actínica,entre os anos de 2005 e 2018, do laboratório de Patologia Bucal da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. As informações clínicas foram obtidasa partir das requisições laboratoriais e foi realizada revisão histológica das lâminas de todos os casos, seguindo os critérios recomendados pela Organização Mundial da Saúde.A amostra final foi constituída por 953 lesões diagnosticadas em 534 mulheres (56%) e 419 homens (44%).A idade média dos pacientes foi de 59,7 anose 87,5% dos pacientes encontravam-se entre os 41 e os 80 anos. As regiões mais acometidas foram o lábio inferior (20,1%), a língua (18,1%) e a mucosa jugal (16,9%). Leucoplasias, queilites actínicas, leucoeritroplasias e eritroplasias representaram, respectivamente, 74,6%, 15,2%,9,3%e0,8%dos casos. A histologia revelou que 42,1% dos casos não apresentavam displasia,33,5% displasia leve, 14,6% displasia moderada e 9,9% displasia intensa. Lesões localizadas na língua, no assoalho de boca e no lábio inferior tiveram maior incidência de displasia moderada ou intensa. A hiperparaqueratose foi mais frequente nas displasias moderadas e intensas. Os critérios histológicos mais prevalentes foram o aumento do número e tamanho dos nucléolos, a perda de polaridade das células basaise avariação no tamanho e forma celular. Pelo sistema binário, 7% das lesões eram de alto risco. A presença de figuras mitóticas normais ou anormais superficiais pareceudemonstrar importância no diagnóstico das displasias. Como conclusão, todos os critérios histológicos usados para diagnóstico e classificação dasdisplasias apresentaram aumento da frequência com o avanço da displasia. Critérios adicionais, como a presença de figuras mitóticas normais ou anormais superficiaise proliferação epitelial endofítica, parecem mostrar utilidade adicional na classificação dasdisplasias.