Um estudo sobre pensamento formal no contexto dos Makerspaces Educacionais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Borges, Karen Selbach
Orientador(a): Fagundes, Léa da Cruz
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/187572
Resumo: Para inovar é preciso pessoas preparadas para criar, com habilidades e competências para isso, mas principalmente com os esquemas cognitivos necessários desenvolvidos. Estudos mostram que nem todo o sujeito adulto atinge o estágio de desenvolvimento operatório formal, no qual, segundo Jean Piaget, ocorrem as condições cognitivas ideais para a produção de invenções. Então, para que tenhamos sujeitos inovadores, é preciso, antes de tudo, termos sujeitos operatório-formais e, para isso, devemos buscar apoio em métodos e ambientes inovadores de aprendizagem sejam eles formais, ou não. A partir disso, investigamos se seria possível promover o uso do pensamento formal, e quem sabe o seu desenvolvimento, a partir do desenvolvimento de projetos de fabricação digital em makerspaces educacionais. Para tanto, conduzimos experimentos, no forma de Oficinas de Criatividade no laboratório de fabricação digital POALab, as quais foram conduzidas conforme a Arquitetura Pedagógica para Aprendizagem em Makerspaces Educacionais, desenvolvida como parte dessa tese de doutorado. Todos os sujeitos participantes das oficinas foram previamente situados dentro de uma Escala do Pensamento Lógico como operatório concreto ou operatório formal, utilizando para isso as Provas Operatórias Coletivas de autoria de François Longeot. A coleta de dados se deu através de observações durante as oficinas, gravações de vídeo e áudio, leitura e análise dos registros individuais nos portfólios de projeto e diálogos com os sujeitos, conduzidos conforme o Método Clínico. A análise dos dados foi feita de forma qualitativa, à luz da teoria dos estágios cognitivos de Jean Piaget, a partir das evidências de abstração, de raciocínio hipotético-dedutivo e de operações sobre proposições, combinatórias e proporções. Os resultados obtidos mostraram que sujeitos operatório-concretos, ao se envolverem com projetos que requeriam o uso de equipamentos de fabricação digital, tais como impressora 3D e cortadora laser, apresentavam indícios de uso do pensamento formal. Isso é um indicativo de que os projetos, por utilizarem esse tipo de equipamento, potencializam nos sujeitos o desenvolvimento de abstrações reflexionantes, a elaboração de hipóteses e a realização de operações mentais de segunda ordem, tais como as combinatórias e as proporções. Dessa forma, concluímos que os makerspaces podem não só servir como espaços de criação, mas também como ambientes inovadores de aprendizagem e desenvolvimento cognitivo.