Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Ferreira, Bruno de Almeida Piccoli |
Orientador(a): |
Biolo, Andreia |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/253120
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Resumo: |
A insuficiência cardíaca (IC) é síndrome clínica na qual o miocárdio falha em prover débito cardíaco de forma a atender as necessidades metabólicas tissulares. A congestão pulmonar, sinal mais comum da IC, é preditor de pior prognóstico, maior mortalidade e internação hospitalar. Nesse sentido, a congestão é o principal alvo terapêutico nos pacientes com IC a fim de evitar tais desfechos. Todavia, a avaliação clínica exclusiva é pouco sensível e específica, podendo não detectar adequadamente a congestão, principalmente em pacientes ambulatoriais, nos quais existem fatores adaptativos que mascaram o seu reconhecimento. Nos últimos anos, a ultrassonografia (US) pulmonar mostrou-se uma ferramenta útil na detecção de congestão nesses pacientes através da identificação das linhas B no parênquima pulmonar. No presente trabalho, avaliamos o uso da US pulmonar na identificação de congestão somando-se aos dados do exame clínico para auxiliar nas decisões de ajuste de diurético e sua associação com desfechos clínicos a médio prazo. Entre Abril a Novembro de 2019, foram incluídos 239 pacientes e no seguimento foram analisados um total de 204 pacientes. Foram incluídos pacientes com IC com fração de ejeção reduzida ou preservada, idade média de 62 (±13) anos, 66% do gênero masculino e 79% em classe funcional NYHA II ou III. A mediana do escore clínico de congestão foi de 3.98 ±2.5 pontos e do US pulmonar foram de 6 (1-20) linhas B. A maioria dos pacientes sem congestão não apresentaram linhas B ao US 46 (68%), porém 56 (41%) dos pacientes classificados como clinicamente congestão não apresentaram congestão ecografia. Por outro lado, 10 (15%) daqueles sem congestão ao ECC, apresentaram congestão moderada a grave no US pulmonar. A prescrição de diuréticos foi modificada em 75 (36,7%) dos casos após os dados da ecografia. Os pacientes nos quais a dose de diurético foi aumentada após o uso do US apresentaram maior risco de internação por IC e mortalidade com HR de 1.6 (IC 1.01-2.66, p = 0.04). Na avaliação pela US pulmonar, pacientes congestos apresentaram maior mortalidade que aqueles não congestos [26 (26%) vs. 4 (4%), p<0.0001)] com HR de 7.1 (IC 95% 2.4-20.2, p<0.001). Pacientes com congestão clínica e ecográfica apresentaram maior taxa de mortalidade [23 (77%)] do que pacientes somente congestos apenas pela escala ECC [2 (7%)], apenas pelo US pulmonar [3 (10%)], e em relação aos não congestos [2 (7%)] com HR de 7.6 (IC 95% 1.8-32.4, p = 0.006). Com base nestes dados, podemos afirmar 8 que a US pulmonar é uma ferramenta simples e que tem impacto na avaliação da congestão, tratamento diurético e no seguimento a médio prazo dos pacientes com IC em acompanhamento ambulatorial. Estudos randomizados robustos são necessários para demonstrar o impacto clínico de estratégias utilizando esta informação. |