Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2002 |
Autor(a) principal: |
Lima, João Francisco Lopes de |
Orientador(a): |
Veit, Laetus Mário |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/257718
|
Resumo: |
A dissertação de mestrado denominada Educação, modernidade e a problemática do sentido: uma leitura a partir de Habermas pretende contribuir com uma reflexão sobre a problemática da crise de sentido da educação moderna. Essa crise de sentido que atinge a educação, na verdade, representa um desdobramento de um processo maior que é a crise da razão moderna como um todo, denunciada vastamente em seus limites por várias vertentes. A crise da razão moderna está amplamente formulada pela denúncia das reduções de uma racionalidade que ficou presa a uma compreensão instrumental das suas possibilidades. Dessa forma, a razão, que teve a tarefa de superar os mitos e a obscuridade da tradição metafísico-teológica, converte-se em novo mito ao priorizar somente as pretensões de validade verificáveis na esfera cognitivo-instrumental. A noção do sujeito transcendental, por sua vez, reverte-se em uma metafísica da subjetividade, isolando o sujeito da contingência e da historicidade. O sujeito pretendido pela modernidade como possibilidade de autonomia e liberdade fica preso a uma razão monológica que empobrece as possibilidades de sentido da vida humana. A denúncia de crise da razão moderna e de seus fundamentos não chega sem problemas ao campo educacional pois representa a quebra de seus fundamentos de ação. A falência das metanarrativas que dão sustentação ao discurso pedagógico da modernidade faz a educação contemporânea se deparar com a debilidade dos andamentos da ação educativa frente a emergência e o apelo da pluralidade das formas da vida e a constatação de que essas não se enquadram nos rígidos esquemas de compreensão tradicionais. Essa investigação percorre a pergunta sobre a possibilidade de renova o sentido da educação após a denúncia da crise da razão e da ruína de seus fundamentos. Indaga se a consciência da crise implica o abandono da tradição pedagógica legada pela modernidade ou os seus propósitos de formação podem ser reconstruídos em outras bases. Nessa linha, busca as possibilidades oferecidas pela teoria da ação comunicativa de Jürgen Habermas para o enfrentamento da denúncia de falta de sentido da educação através da interpretação das patologias que diluíram os conteúdos que a modernidade havia designado ao campo educacional. Para isso, pretende dispor dos recursos e da produtividade mediadora de uma teoria que coloca a razão enquanto possibilidade de entendimento e o sujeito como potencialidade desse entendimento, mediado linguisticamente e assentado no horizonte comum dado pelo mundo da vida. Para cumprir esse empreendimento, essa investigação aborda, numa primeira etapa, os fundamentos iluministas da racionalidade moderna e a constituição da subjetividade como uma nova metafísica. A metafísica da subjetividade é gerada por uma razão transcendentalizada que pretende o auto-esclarecimento do sujeito como tarefa primeira da modernidade. Baseada nesse suporte, a investigação pontua a compreensão moderna da tarefa pedagógica a partir da metafísica da subjetividade e da racionalidade científica e desenvolve as relações entre sujeito, racionalidade e discurso pedagógico no contexto da modernidade. Numa segunda etapa, aborda a crítica da racionalidade moderna desempenhada por Weber, Adorno e Horkheimer e situa a problemática da falta de sentido provocada pelas reduções cognitivo-instrumentais da razão, também no terreno educacional. Com base nessas referências do anúncio da crise da razão, desenvolve os pressupostos da racionalidade comunicativa de Jurgen Habermas, pensador alemão que acredita que a modernidade, mesmo em crise, não esgotou as suas possibilidades. Essas possibilidades de sentido são recuperadas através de uma crítica dialética que promove um outro olhar sobre a razão e sobre o sujeito da modernidade, ao substituir o paradigma da racionalidade instrumental pelo paradigma da racionalidade comunicativa, essa mediada linguisticamente. Compreendida numa perspectiva falibilista, a racionalidade comunicativa é explorada em seus conceitos e são indicados os elementos de produtividade mediadora dessa formulação teórica no enfrentamento da problemática educativa e da pergunta pelo sentido. Ao abordar a educação e a problemática do sentido a partir da perspectiva da racionalidade comunicativa, a investigação procede a problematização dos processos de recepção das teorias pedagógicas no meio educacional e a discussão do conceito de formação possível num contexto pós-metafísico. |