Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Bavaresco, Taline |
Orientador(a): |
Lucena, Amália de Fátima |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/186135
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Resumo: |
Introdução: A cicatrização e a manutenção da integridade tissular da úlcera venosa (UVe) consiste em uma cascata de eventos celulares e moleculares que interagem entre si para que ocorra a regeneração tecidual. O seu tratamento depende da associação de diferentes mecanismos por meio da aplicação de produtos tópicos e do uso de terapia compressiva. Apesar dos avanços tecnológicos relativos à oferta e ao desenvolvimento de coberturas tecnológicas ainda não há impacto efetivo na incidência dessas lesões, o que repercute em elevados custos financeiros e em prejuízo aos pacientes. Atualmente, a Terapia a Laser de Baixa Potência (TLBP) vem sendo utilizada para acelerar o processo cicatricial em diferentes lesões graças à sua ação bioestimulatória e anti-inflamatória, o que possibilita o seu uso em UVe. Para direcionar a escolha do tratamento mais adequado, entretanto, é fundamental uma avaliação acurada da lesão. Diante disso, a Nursing Outcomes Classification (NOC) possui os resultados de enfermagem, que permitem avaliar o efeito do tratamento por meio de indicadores clínicos. Objetivo: Comparar o efeito do tratamento adjuvante de Terapia a Laser de Baixa Potência (TLBP) com o tratamento convencional na reparação tecidual de úlcera venosa em pacientes ambulatoriais. Método: Ensaio clínico randomizado realizado em um hospital universitário brasileiro. A amostra consistiu de 40 pacientes com UVe, randomizados em número igual para o Grupo Controle (GC) e Grupo Intervenção (GI), acompanhados no segmento de dezesseis semanas ou até a cicatrização da lesão. O GC recebeu tratamento convencional com curativos tópicos e terapia compressiva, enquanto que ao GI foi adicionado a TLBP como adjuvante. Foi utilizada uma dose de energia de 1 a 3 J/cm2 com um laser AsGalaser, com comprimento de onda de 660 nm. A aplicação ocorreu de forma pontual nas bordas e método de varredura no leito da lesão. O processo de cicatrização foi avaliado, em ambos os grupos, por oito indicadores clínicos do resultado Cicatrização de feridas: segunda intenção (1103): Tamanho da ferida diminuído, Formação de cicatriz, Granulação, Exsudato, Odor desagradável da ferida, Pele macerada, Eritema na pele ao redor da lesão e Edema perilesão. A avaliação também ocorreu a partir de seis indicadores do resultado Integridade tissular: pele e mucosas (1101): Espessura, Hidratação/Descamação, Pigmentação anormal, Prurido, Dor e Necrose. A análise levou em consideração a escala Likert de 5 pontos, em que 1 corresponde ao pior escore e 5 ao mais desejável, utilizando o Generalized Estimating Equation. O estudo foi aprovado em Comitê de Ética (15-0634). Resultados: A média de idade foi de 64,55±11,69 anos para o GC e 63±12,25 para o GI. No GC, 17(85%) pacientes eram do sexo masculino, enquanto que no GI prevaleceu o sexo feminino com 11(55%) pacientes, gerando a única diferença estatística significativa (p=0,019) entre os grupos. A cor branca (16-80%) e a escolaridade no nível de analfabeto funcional (15-75% no GC e 12- 63,2% no GI) prevaleceram nos grupos. Em relação ao tempo de ferida, 40% dos pacientes de ambos os grupos a possuem de um a cinco anos. Foram avaliadas 82 feridas, sendo 39 do GC e 43 do GI, resultando em 1066 consultas, das quais 551 ocorreram no GC e 515 no GI. Quanto ao resultado Cicatrização de feridas: segunda intenção (1103), o GC iniciou com um escore médio de 2,87±0,35 e, ao final do estudo, apresentou 4,21±0,60, enquanto que o GI iniciou com 2,67±0,46 e alcançou 4,46±0,47 (p=0,025). Houve diferença estatisticamente significativa na comparação entre os grupos em quatro dos oito indicadores: Granulação 9 (p=0,010), Tamanho reduzido (p=0,010), Formação de cicatriz (p=0,034) e Exsudato (p=0,011). Em relação ao Resultado Integridade tissular: pele e mucosas (1101) o GC iniciou com um escore médio de 3,74±0,38 e atingiu 4,27±0,46 na última consulta, enquanto que o GI iniciou com 3,43±0,42 e alcançou 4,29±0,44. Na análise dos seis indicadores do resultado NOC observou-se diferença estatisticamente significativa em três deles: Pigmentação anormal (p=0,008), Espessura (p=0,010) e Hidratação/Descamação (p=0,015) na comparação entre os grupos. Quanto ao tratamento convencional, agrupados em classe de ação, no GC prevaleceu o desbridamento enzimático (17,8%), curativos para o controle da infecção (52,8%) e agentes tópicos para manutenção do meio úmido (52,7%). Já no GI despontaram os curativos para o controle do exsudato (9,0%), agentes tópicos para proteção dos bordos (31,3%) e para pele perilesional (104,2%). Na TLBP foi utilizado o laser vermelho, com o modo de irradiação varredura predominantemente no leito da úlcera (97,7%), com um tempo médio de um minuto, na potência de 30mW. O modo de irradiação pontual foi usado nos bordos da lesão, com maior predomínio (61,8%) de 10 pontos, a uma distância de um cm cada, com energia de 1J/cm2. Esse modo também foi usado na área perilesional, porém, com uma energia de 21J/cm2. Conclusão: A TLBP é um tratamento adjuvante eficaz para a regeneração tecidual de UVe, confirmado pelos indicadores clínicos dos resultados da NOC. |