Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Fisch, Patrícia |
Orientador(a): |
Knauth, Daniela Riva |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/234605
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Resumo: |
Introdução: O Brasil é um país continental e a epidemia de aids varia de acordo com a região geográfica. De acordo com as estimativas nacionais, em 2014, a prevalência do HIV foi de 0,39% na população geral e quase duas vezes maior entre os homens do que entre as mulheres (0,7% versus 0,4% na faixa etária de 15 a 49 anos). A região metropolitana de Porto Alegre, é considerada um hotspot da epidemia brasileira de aids. Alvorada, com uma população de 200 000 habitantes, é a cidade mais pobre da região metropolitana de Porto Alegre. Sua taxa de incidência de aids é quase cinco vezes superior à taxa brasileira. A Coorte Alvorada foi realizada para tentar entender esse cenário específico. Os objetivos atuais da coorte são proporcionar informações de nível de coorte sobre os resultados do atendimento ao HIV em nosso cenário específico de vulnerabilidade e com taxas de HIV muito mais altas do que as do país. Métodos: São elegíveis para inclusão na Coorte de Alvorada indivíduos infectados pelo HIV que tiveram pelo menos uma visita ambulatorial no Serviço de Assistência Especializada de Alvorada. Variáveis padronizadas foram coletadas através de um formulário específico com base nos registros médicos de cada visita ambulatorial. As variáveis coletadas incluem características demográficas, marcadores biológicos relacionados ao HIV, eventos definidores de aids, gestação, tratamentos antirretrovirais e as datas e causas da morte, conforme relatado nos registros médicos. Usando estimativas nacionais da prevalência do HIV para o Brasil e dados de vigilância em casos de HIV/aids recém-diagnosticados para o Brasil e para Alvorada, estimamos a prevalência do HIV em Alvorada em 2014 na população em geral, entre homens e entre mulheres. Depois disso, estimamos o número de pessoas em cada estágio da cascata ideal do HIV para o Brasil e para a Alvorada. Em seguida, utilizamos dados de coorte em pacientes atendidos pelo HIV em Alvorada para estimar os intervalos de tempo entre cada etapa da cascata de cuidados do HIV. Resultados: Entre 2010 e 2015, a coorte incluiu 1009 pacientes infectados pelo HIV do Serviço de Assistência Especializada em HIV e Aids de Alvorada. Destes, 75,5% são pacientes novos e 24,5% são transferidos de outro serviço especializado em HIV. Mais da metade da coorte eram do sexo feminino (51,2%), com idade média de 36,5 anos. A mediana da contagem de CD4 na linha de base foi de 460 células / mm3. No Brasil, a prevalência estimada de HIV foi de 0,49% para os homens e de 0,28% para as mulheres. Em Alvorada, essas prevalências foram de 1,36% na população geral, 1,49% entre os homens e 1,25% entre as mulheres. O tempo mediano do diagnóstico até a supressão viral do HIV foi de 1,95 anos e não foi significativamente diferente entre homens (1,74 anos) e mulheres (2,12 anos). Este tempo foi dividido em três etapas: do diagnóstico à entrada no serviço, com uma mediana de tempo de 38 dias; da entrada no serviço ao início da terapia antirretroviral, com um tempo médio de 61 dias; e do início da terapia antirretroviral à supressão viral, com uma mediana de tempo de 226 dias. O tempo desde o diagnóstico do HIV até a supressão viral apresentou grande variabilidade, atingindo até 28 anos em nossa amostra. Conclusões A epidemia de HIV / AIDS em Alvorada é diferente do resto do Brasil, sendo que as estimativas de prevalência são 3 vezes maiores em Alvorada do que no Brasil. Há uma diferença entre homens e mulheres e as mulheres são mais afetadas em Alvorada. Isso indica a necessidade de estratégias diferenciadas para controlar a epidemia de HIV no país. |