Efetividade dos esquemas antirretrovirais de primeira e segunda linha utilizados no tratamento de Pacientes com HIV/AIDS numa coorte urbana no Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Cardoso, Sandra Wagner
Orientador(a): Grinsztejn, Beatriz, Luz, Paula Mendes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/14287
Resumo: Introdução: O Brasil foi o primeiro país em desenvolvimento a implantar um programa de acesso universal ao tratamento antirretroviral (TAR) em larga escala, acarretando aumento da sobrevida da população vivendo com HIV/Aids, diminuição da incidência de infecções oportunistas e diminuição das hospitalizações. Contudo, dados sobre a efetividade dos esquemas terapêuticos de primeira e segunda linhas permanecem escassos em nosso meio. Objetivo: Estimar as taxas de efetividade dos esquemas antirretrovirais e fatores associados à resposta ao tratamento e sua durabilidade para TAR de primeira e segunda linhas na coorte de pacientes com HIV/Aids do IPEC-Fiocruz. Primeiro Artigo: Foi estimada a efetividade de TAR de primeira linha no IPEC-Fiocruz e os fatores sóciodemográficos, comportamentais, clínicos e estruturais associados à supressão viral foram avaliados. Os pontos de análises incluíram seis, 12 e 24 meses a partir do início do primeiro esquema TAR. Regressão Quasi-Poisson foi utilizada para quantificar os fatores associados com efetividade aos 12 e 24 meses. Entre janeiro de 2000 e junho de 2010, 1.311 pacientes iniciaram TAR de primeira linha, dos quais 987 (75%) utilizaram esquemas baseados em ITRNN. A efetividade foi de 77%, 76% e 68% aos seis, 12 e 24 meses, respectivamente. Fatores associados com supressão viral, definida como ter uma medida de carga viral \2264400 cópias/mL sem modificação/interrupção de classe, na análise multivariada em 12 meses foram maior escolaridade, início da TAR no calendário mais recente (2005- 2010) e participação em estudo clínico; aos 24 meses nossos resultados sugerem que ser mais velho e usar esquemas baseados em ITRNN são fatores independentemente associados a melhor resposta Segundo Artigo: Foram descritos os desfechos relacionados a TAR de segunda linha no IPECFiocruz, assim como o tempo até a falha e os fatores associados. Análise de Kaplan Meier e teste de log-rank foram utilizados para estimar o tempo até a falha virológica e o modelo proporcional de Cox foi empregado para estimar a incidência de falha de esquemas de segunda linha. Entre janeiro de 2000 e dezembro de 2013, 386 (29,5%) pacientes da coorte iniciaram TAR de segunda linha; 135 (35,0%) estavam com carga viral indetectável e 234 (60,6%) com falha viral documentada ao iniciar segunda linha. A maioria (73%) dos pacientes iniciou segunda linha com esquemas baseados em IP-r. A probabilidade geral de falha aos 12, 24 e 36 meses foi de 26%, 41% e 48%, respectivamente. A incidência de falha de segunda linha entre os indivíduos com carga viral do HIV indetectável e detectável foi 5,7/1000 e 19/1000 pessoas-ano, respectivamente. Idade, grau de escolaridade e tipo de esquema de segunda linha foram independentemente associados com falha do esquema de segunda linha. Conclusões: As taxas de supressão viral de TAR de primeira linha em uma grande coorte clínica no Brasil, um país de renda média, com acesso gratuito ao tratamento, atingem patamares semelhantes a países ricos em recursos. No entanto, num tempo mediano menor que dois anos, cerca de um terço dos pacientes trocaram seus esquemas de primeira para segunda linha. Melhorias na atenção clínica básica, uso de esquemas com melhor perfil de toxicidade e um aumento no trabalho de adesão podem melhorar a efetividade destes esquemas e devem ser considerados como próximos passos para o programa de tratamento de HIV no Brasil, com foco especial nos pacientes mais jovens e com menor escolaridade.