A atuação da política curricular do programa de Formação de profissionais de nível médio para a saúde (PROFAPS) na Escola de Saúde Pública do RS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Pautasso, Andrea Milán Vasques
Orientador(a): Gandin, Luis Armando
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/216009
Resumo: A presente tese analisa como a política curricular do Programa de Formação de Trabalhadores de Nível Médio em Saúde (PROFAPS) foi atuada no Curso Técnico de Vigilância em Saúde desenvolvido pela Escola de Saúde Pública do Rio Grande do Sul. A abordagem do Ciclo de Políticas (BOWE; BALL; GOLD, 1992; BALL, 1994) é utilizada nesse estudo como ferramenta metodológica. Dentro dessa perspectiva, as políticas são analisadas em um ciclo contínuo composto por três contextos interrelacionados: contextos de influência, produção de texto e prática. Para entender como a política curricular do PROFAPS foi atuada no Curso Técnico de Vigilância em Saúde da Escola de Saúde Pública do Rio Grande do Sul, apresento o programa, retomo historicamente a consolidação da área da educação profissional e exploro as especificidades da educação profissional em saúde no Brasil. Ainda, discorro sobre o conceito de currículo como um espaço de disputa (APPLE, 1989; 2006; SACRISTÁN, 2000) e sobre o currículo atuado (BALL; MAGUIRE; BRAUN, 2016), trazendo-os como pressupostos teóricos para compreensão da prática curricular neste trabalho. No intuito de olhar a atuação da política curricular do PROFAPS como “processo criativo e complexo” (BALL; MAGUIRE; BRAUN, 2016), utilizo como procedimentos metodológicos: entrevistas com sujeitos que participaram do processo de formulação do PROFAPS e com os docentes do Curso Técnico de Vigilância em Saúde; análise dos materiais produzidos pela política e questionários com os alunos do curso em questão. Os resultados dessa pesquisa indicam que o processo de atuação da política curricular do PROFAPS, foi realizado por diferentes atores (gestão, professores e alunos), desde o contexto de influência até o contexto da prática e devido esses sujeitos ocuparem posições em espaços diferentes, por vezes também era possível verificar entendimentos distintos sobre a política. A singularidade de atuar uma política curricular que tem o aluno-trabalhador como principal público perpassou por todos os contextos da política, especialmente na narrativa dos professores sobre as práticas por eles desenvolvidas. Outro aspecto importante evidenciado refere-se ao princípio da integração ensinoserviço na formação dos profissionais de nível médio em saúde, como um referencial norteador não somente na formulação da política curricular, como nas ações que se desenvolviam no contexto da prática. Por fim, destaco o mundo do trabalho como elemento que perpassa todos os contextos da política curricular do PROFAPS. No entanto puderam-se verificar divergências sobre essa temática, especialmente entre formuladores e professores em contraste com a narrativa dos alunos. Enquanto para os primeiros o mercado de trabalho era apenas um dos elementos que compunha a política curricular, mas o foco era na formação de um sujeito integral, capaz de relacionar o trabalho com o contexto em que estava inserido; para os segundos o mercado de trabalho se constituía no objetivo principal em realizar o curso Técnico de Vigilância em Saúde, pois significava a possibilidade de ascensão na carreira ou recolocação dentro do próprio sistema público de saúde.