Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Herrera Ortuño, Judit |
Orientador(a): |
Marques, Flávia Charão |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Palavras-chave em Espanhol: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/221458
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Resumo: |
A integração da região oeste do Rio Grande do Norte aos mercados nacionais e internacionais de alimentação e energia a partir dos anos 1960 provocou profundas transformações sociotécnicas, econômicas, socioambientais e políticas, desencadeando processos de desterritorialização dos mundos de vida na região. Partindo de uma crítica da visão linear e homogênea de desenvolvimento, esta tese analisa processos de des/re-territorialização dos mundos de vida de mulheres rurais associadas à Rede Xique Xique de Comercialização Solidária, na região oeste potiguar. A Rede é uma entidade que articula grupos de produção de alimentos de base ecológica e artesanato, protagonizados por agricultoras, marisqueiras, apicultoras e artesãs, para viabilizar a comercialização de seus produtos. Por meio de uma etnografia multissituada, e mobilizando a abordagem das neomaterialidades nos estudos feministas contemporâneos, a pesquisa objetivou compreender como as mulheres da Rede Xique Xique constroem processos de reterritorialização de seus mundos de vida através das relações sociomateriais que estabelecem em suas práticas situadas e cotidianas. A pesquisa seguiu a trajetória de vida de três mulheres, coordenadoras da Rede e lideranças de grupos produtivos em suas comunidades, como forma de entrada para a análise da auto-organização e das práticas desses grupos em suas singularidades. O trabalho apresenta os resultados da etnografia realizada junto aos grupos da Rede liderados pelas três mulheres: a Associação das Mulheres Pescadoras e Artesãs do Município de Grossos, na praia de Pernambuquinho (Grossos); o Gold da Paz e os grupos de produção de mel e polpas de frutas no assentamento Mulunguzinho (Mossoró); e o Grupo de Mulheres Lagoa de Salsa (Tibau). Os resultados da pesquisa apontam para a agência das mulheres e a ampliação de seus espaços de manobra nos processos de implementação de projetos de desenvolvimento, particularmente com ênfase em gênero. Percebe-se que as mulheres desses grupos mobilizam uma mescla de estratégias, readaptando, entretecendo e criando novos arranjos, conforme suas necessidades, possibilidades e contingências. A tese evidencia, por último, como os agenciamentos sociomateriais, acionados no entrelaçamento entre mulheres e materialidades em suas práticas situadas, compõem ensamblagens que mobilizam processos de reterritorialização dos mundos de vida no oeste potiguar, consolidando novos territórios de existência, em devir. |