Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Amaral, Jonathan Henriques do |
Orientador(a): |
Santos, Luís Henrique Sacchi dos |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Palavras-chave em Espanhol: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/147797
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Resumo: |
O desenvolvimento expressivo das Neurociências, verificado a partir dos anos 1990, tem implicado a disseminação de seus estilos de pensamento tanto para além do mundo acadêmico, na cultura popular, quanto em disciplinas científicas que, em princípio, não teriam relação com esse campo. Em decorrência disso, áreas de pesquisa híbridas têm se constituído, tais como o campo de interlocuções entre Neurociências e Educação – foco do presente estudo. O objetivo deste trabalho foi analisar de que forma tem ocorrido a constituição dessa nova área, atentando para os estilos de pensamento que têm se formado a partir desse diálogo interdisciplinar. Para tanto, foram analisados trabalhos acadêmicos produzidos nesse novo campo de interlocuções e entrevistados pesquisadores envolvidos com a produção de conhecimento nesse campo. A análise dos dados obtidos foi desenvolvida com base no referencial dos Estudos da Ciência, levando em conta principalmente as contribuições clássicas de Ludwik Fleck, atualizadas por pesquisadores contemporâneos. A partir da pesquisa realizada, foi formulada a tese de que as interlocuções entre Educação e Neurociências não constituem um empreendimento determinista ou reducionista, como advogam alguns de seus críticos: pelo contrário, pesquisadores da área postulam que a adequada compreensão do sistema nervoso deve levar em conta as interações constantemente estabelecidas entre biologia e ambiente. Além disso, esses pesquisadores têm procurado dialogar com teorias tradicionais da Educação, além de reconhecer a necessidade de aproximação com os sujeitos envolvidos nas práticas educativas, como os professores. A aproximação da Educação às Neurociências é aqui entendida como um processo próprio do campo da pesquisa educacional, que se caracteriza pelo entrecruzamento de práticas, políticas e saberes formulados em diferentes disciplinas científicas. Contudo, foi verificado que, no campo de interlocuções entre Educação e Neurociências, ainda há dificuldades no sentido de produzir trabalhos empíricos que conjuguem teorias e metodologias de ambas as áreas: a maior parte dos trabalhos analisados é composta por estudos bibliográficos, que procuram mostrar a potencialidade da aproximação entre os campos, mas avançam pouco no sentido de produzir pesquisas efetivamente interdisciplinares. Essa dificuldade é compreendida nesta tese como sintomática da própria cisão – criticada por muitos autores analisados – entre natureza e cultura e entre Ciências Biológicas e Ciências Humanas, o que mostra que essa divisão ainda surte efeitos contundentes nos processos de produção de conhecimento de ambas as áreas. |