Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Cruz, Andrey Oliveira da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6143/tde-08082024-140633/
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Resumo: |
A ideia de uma tecnologia farmacológica capaz de conter a infecção de expostos ao HIV teve gênese e validação em pensamentos oriundos de círculos esotéricos das ciências biomédicas. A consolidação dessa Profilaxia Pré-Exposição, porém, depende dos círculos exotéricos de saberes profissionais, de afetados e população geral, dotados de regras de validade próprias que influenciam diretamente seu reconhecimento, comumente apartados da racionalidade científica. Objetivamos compreender como os usuários constroem as concepções de segurança e eficácia da PrEP como fato científico por meio de apreensões e tensões no círculo exotérico, analisando os possíveis deslocamentos de sentidos e significados no tráfego de ideias a partir da teoria de Fleck. Trata-se de uma pesquisa de etnografia no ciberespaço, tendo como participantes membros de um grupo público de Facebook destinado à exposição de ideias sobre a PrEP. Como método de produção de dados, utilizamos a análise das postagens e comentários do grupo em discussões sobre eficácia e segurança da tecnologia, entre janeiro e dezembro de 2022, respeitando-se os aspectos éticos de sigilo e confidencialidade dos participantes. Para a interpretação dos resultados, conduzimos o tratamento interpretativo baseado nos pressupostos da hermenêutica dialética. Identificamos os seguintes estilos de pensamento decorrentes do reconhecimento da PrEP como fato científico: baseado no risco, alinhado a ideias da epidemiologia clássica e grupos de risco; relatos de um pensamento moralizante, operante no controle de práticas sexuais, eventualmente associados a condições de preconceito e estigma; dever, uma vertente de pensamento tecnocrata; direito, pautado no contexto de movimentos sociais e direitos humanos em saúde; e individualizante, visualizando a ferramenta como espaço de escolhas e responsabilidades preponderantemente individuais, em detrimento do coletivo. |