Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Silva, Adilson Luiz da [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/191199
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Resumo: |
Este trabalho é de natureza teórica e busca analisar, filiando-se a uma perspectiva foucaultiana, alguns desdobramentos do biopoder no “século” do cérebro. Com os avanços das neurociências, principalmente a partir de 1990, fortaleceu-se um discurso acadêmico e laboratorial apregoando a equivalência entre o cérebro e o indivíduo e, com o passar do tempo, em virtude das mídias, da preocupação com o sofrimento psíquico e a saúde mental, entre outros – e ultrapassando seu espaço originalmente especializado –, esse discurso acabou por popularizar-se. Hoje o cérebro tornou-se uma espécie de “ator social”, um ponto de referência para os processos de subjetivação e condução da vida, seu funcionamento é correlacionado a praticamente todos os aspectos humanos: moral, inteligência, humor, desempenho, eficiência, educação, entre outros. O objetivo deste trabalho foi mostrar a inserção desse órgão na moderna lógica do homo oeconomicus e, paralelamente, sinalizar para o fato de que o governo atual da vida está exigindo o seu mapeamento e manipulação. Ao se apropriar de noções das neurociências cognitivas, como plasticidade e neuroquímica, a biopolítica contemporânea e seu ideal de aperfeiçoamento do indivíduo-empresa, amplamente divulgado pela racionalidade neoliberal, encontra no cérebro um dispositivo de modelagem subjetiva e, fundamentando-se nele, desenvolve tecnologias de gestão do self. Entre essas tecnologias destacamos o neuroaprimoramento farmacológico, a neuroascese e a neuroeducação, defendendo a tese de que o projeto contemporâneo de governamentalidade da vida ganhou contornos demasiadamente sutis, sendo realizado por meio da gestão dos fenômenos mentais, entendidos agora como o resultado de processos neurais. Governar ou resistir passa pelo registro do cérebro – seja no trabalho, nos lares ou na escola, os indivíduos são, agora, sujeitos cerebrais. |