Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Santos, Leticia Maffazzioli |
Orientador(a): |
Gurski, Richard Ricachenevsky |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/213293
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Resumo: |
Introdução: A quimiorradioterapia neoadjuvante (nQRT) consolidou-se como a estratégia terapêutica mais apropriada para o câncer de esôfago (CE) localmente avançado ressecável, reduzindo as taxas de recorrência local e de micrometástases. A resposta patológica completa (pCR) observada em 15% a 30%, melhora o prognóstico e favorece a sobrevida a longo prazo. Já a ausência de resposta está associada a pior prognóstico, maior risco de progressão da doença, ressecção tardia e exposição desnecessária à toxicidade da nQRT, especialmente no contexto pós-operatório. Os não respondedores além de não se beneficiarem da terapia multimodal poderiam perder a oportunidade de serem submetidos a ressecção cirúrgica potencialmente curativa. A utilização de biomarcadores para predição acurada desta resposta à nQRT possibilitaria a individualização do tratamento ao discriminar respondedores (pCR), que se beneficiam de tratamento pré-operatório adicional ou de abstenção da cirurgia com vigilância clínica ativa dos não respondedores (npCR/mau respondedor), potenciais candidatos à descontinuação precoce do tratamento e antecipação da cirurgia primária. A ressonância magnética ponderada em difusão (RM-DW) foi incorporada à prática geral de imagem oncológica graças a sua habilidade funcional, que permite monitorar estruturas celulares em meios biológicos ao distinguir compartimentos teciduais, caracterizar malignidades, determinar a agressividade tumoral e predizer a resposta terapêutica. A avaliação quantitativa da restrição à difusão da água pelo coeficiente de difusão aparente (ADC) pode ser utilizada para predizer a resposta à nQRT em tumores malignos de vários órgãos e já foi reconhecida como biomarcador de imagem promissor para avaliar a resposta ao tratamento no carcinoma de reto, antes, durante e após o tratamento. Nos últimos anos houve um incremento no número de publicações utilizando o ADC como parâmetro de monitoramento de resposta terapêutica em pacientes com CE, com ampla variação na população de pacientes, nas técnicas de imagem e no delineamento dos estudos, sem resultados conclusivos, o que justifica a relevância de uma análise mais abrangente do tema, com revisão sistemática e metanálise. A pesquisa atual avaliou um parâmetro quantitativo da RM ponderada em difusão, o ADC, como um potencial biomarcador de imagem para predição de resposta terapêutica à nQRT. Objetivo: Avaliar quantitativamente a restrição à difusão da água pelo coeficiente de difusão aparente (ADC) na DWI como preditor de resposta patológica (pCR) à terapia neoadjuvante (nCRT) em pacientes com câncer de esôfago (CE). Métodos: Os bancos de dados MEDLINE, EMBASE e Google Scholar foram sistematicamente pesquisados para estudos utilizando ADC para avaliar a resposta à terapia neoadjuvante em pacientes com CE. A qualidade metodológica dos estudos foi avaliada com a ferramenta de avaliação de qualidade dos estudos de acurácia diagnóstica QUADAS. Os dados de estudos elegíveis foram extraídos e avaliados por dois revisores independentes. Metanálises foram realizadas comparando a média dos valores de ADC entre respondedores e não respondedores ao nCRT em três cenários diferentes: valores absolutos basais (BL); variação percentual entre os valores intermediários (IM) e basal (BL); e variação percentual entre o valor final do acompanhamento (UF) e o valor basal (BL). Resultados: Sete estudos (n = 158 pacientes) foram incluídos. Os respondedores exibiram um aumento percentual estatisticamente significativo no ADC durante o nCRT (diferença média [MD] 21,06%, IC 95% = 13,04-29,09; I² = 49%; p = 0,12). Um aumento semelhante foi identificado no subgrupo pRC versus npRC (MD = 25,68%, IC 95% = 18,87-32,48; I² = 0%; p = 0,60). No final do tratamento, os respondentes também exibiram um aumento percentual estatisticamente significativo no ADC (MD = 22,49%, IC 95% = 9,94-35,05; I² = 0%; p = 0,46). O ADC basal (BL) não foi associado a nenhuma definição de resposta patológica (MD = 0,11%, IC 95% = -0,21-0,42; I² = 85%; p <0,01). Conclusão: Estes resultados sugerem que o ADC pode ser usado como preditor de resposta patológica, com uma associação estatisticamente significativa entre o percentual de aumento do ADC durante e após o tratamento e pCR. A ADC pode servir como uma ferramenta para ajudar a orientar as decisões clínicas no CE. |