Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Machado, Eliane Aparecida
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Orientador(a): |
Bridi, Marlise Vaz
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Presbiteriana Mackenzie
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://dspace.mackenzie.br/handle/10899/25501
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Resumo: |
A literatura, como fenômeno típico da esfera do imponderável, do artístico, configura-se, mais das vezes, como uma alternativa possível de diálogo entre o indivíduo e sua realidade imediata, compreendendo-se no papel de indivíduo tanto a figura do autor como do leitor, por meio de uma relação ora pautada pela interpretação, contestação, reconfiguração, recriação ou até mesmo como estratégia de sublimação – muitas vezes única via possível de se estar no mundo – posicionar-se diante de um cotidiano tão contrário à força vital, à organicidade de qualquer ser vivo, quiçá da natureza humana – mecanismos de escapismos de experiências opressoras e desumanizadoras, arma mais que poderosa e eficiente de combate. Foi neste dia-a-dia que Agostinho de Hipona e José Saramago descobriram a matéria prima para compor suas escritas. Este trabalho propõe-se a investigar de que forma autores tão distanciados entre si, tornaram-se intérpretes contundentes de suas realidades, tradutores e vozes de mundividências tão particulares, aproximando seus textos por meio do estudo da natureza dialógica que orienta seus discursos, para compreender o entretecer-se dos enunciados, o entrecruzamento dos textos, a imbricação das ideologias, a contribuição do discurso filosófico religioso do século V ao discurso literário da contemporaneidade. Investigar o movimento de aproximação, sobreposição e distanciamento, que transita entre o tom elevado do solilóquio, gênero dialógico por natureza, que se configura como voz interiorizada do indivíduo em postura confessional presente no texto Confissões, ao tom baixo do diálogo burlesco entre Caim e Deus, ao dito chistoso, à “ironia socrática” que produz o riso carnavalesco tão mordaz que se faz presente no romance paródico Caim. O objetivo aqui é resgatar, no romance português contemporâneo, Caim, de José Saramago, a transfiguração da sátira menipéia, gênero cômico-sério da Antiguidade Clássica, também presente no texto autobiográfico confessional de Agostinho de Hipona, Confissões, como fenômeno de intersecção dialógica, a partir do estudo sobre a interdiscursividade bakhtiniana. Como embasamento teórico de apoio, aplicaram-se, principalmente, os conceitos bakhtinianos presentes em Problemas da Poética de Dostoievski e Questões de Literatura e de Estética – A Teoria do Romance, dentre outros textos também de autoria do linguista russo, assim como as vozes de outros especialistas, na condição de tradutores e intérpretes do legado teórico de Mikhail Bakhtin, para compor o aporte teórico em que se sustenta esta investigação. |