Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Silva, Nataly Keila de Alencar e |
Orientador(a): |
Carreiro, Luiz Renato Rodrigues |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Presbiteriana Mackenzie
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://dspace.mackenzie.br/handle/10899/32235
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Resumo: |
Devido à detecção do novo coronavírus (COVID-19), algumas medidas de cuidado foram delimitadas para a proteção da população mundial, dentre estas a quarentena e/ou isolamento social. Mesmo com a indiscutível necessidade de tais medidas, alguns efeitos psicológicos podem ser gerados, como: o estresse, insônia, irritabilidade, nervosismo, medo, frustração, exaustão emocional, abuso de substâncias, sintomas de estresse pós-traumático (TEPT), sintomas ansiosos e depressivos. Estes sintomas, somados ao momento de instabilidade e incerteza vivenciado, podem impactar a dinâmica familiar principalmente se as figuras parentais não tiverem recursos para lidar com os estressores gerados pela quarentena. Neste sentido, pais e cuidadores de crianças com queixas compatíveis com o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade/Impulsividade (TDAH), um transtorno do neurodesenvolvimento que se apresenta como um padrão de desatenção e/ou hiperatividade e impulsividade que gera impacto no funcionamento social, acadêmico e profissional, podem experienciar maiores efeitos psicológicos e estressores somados aos já ocasionados pela dificuldade em lidar com o transtorno dos filhos. Desta forma, através de divulgação em mídias sociais e instituições de atendimento psicológico e por meio da aplicação de questionários e inventários online (questionário sociodemográfico, Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse - DASS-21, Checklist de Transtorno de Estresse Pós-traumático - PCL-C, Escala de Estresse Parental - EEPa, Inventário de Práticas Parentais - IPP e Roteiro de perguntas sobre queixas de TDAH baseado no DSM-5) procurou-se investigar indicadores de saúde mental de pais e cuidadores durante o contexto de pandemia e o tipo de práticas educativas parentais utilizadas para crianças com queixas de desatenção e hiperatividade. A amostra do presente estudo foi composta por 50 pais ou cuidadores (maioria do sexo feminino) de crianças entre 6 e 12 anos de idade com queixas de TDAH de acordo com o DSM-5, além de um grupo controle de 50 pais ou cuidadores (também maioria do sexo feminino) de crianças sem queixas de transtornos do neurodesenvolvimento. Constatou-se médias significativamente mais altas de depressão (p=0,029), ansiedade (p=0,009) e estresse (p<0,001) em pais/cuidadores de crianças com TDAH em comparação ao grupo controle; além disso, 60% da amostra (grupo TDAH) apresentou sintomas sugestivos de TEPT. Dentre os indicadores relacionados à parentalidade, houve diferenças significativas para estresse parental (p=0,002) e práticas parentais mais abusivas relacionadas à disciplina (p=0,005) para o grupo TDAH. Foram constatadas correlações significativas positivas principalmente entre sintomas de TDAH com estresse (p<0,001) e estresse parental (p<0,001), bem como com práticas parentais mais abusivas (p<0,001). Além destas, correlações significativas positivas entre estresse parental e sintomas de depressão (p<0,001), ansiedade (p<0,001), estresse (p<0,001), TEPT (p<0,001) e práticas abusivas (p<0,001) também foram encontradas. A severidade dos sintomas de TDAH esteve correlacionada significativamente com indicadores de estresse parental (p=0,039). Pelos resultados apresentados, pode-se identificar o estado de vulnerabilidade de pais e cuidadores de crianças com TDAH nesta amostra em comparação com pais e cuidadores de crianças sem transtornos; tal questão pode acarretar diversas consequências para aspectos de saúde mental e para as práticas parentais adotadas, o que pode acabar impactando a dinâmica familiar e o funcionamento das próprias crianças. Além disso, os estressores provenientes do contexto de pandemia podem influenciar significativamente os aspectos citados, sendo necessário suporte 10 social e comportamentos característicos de tolerância e resiliência não apenas neste período, mas também para possíveis obstáculos após o período epidêmico. Acrescenta-se que os resultados não devem ser generalizados para todos os pais e cuidadores de crianças com TDAH. |