Nascimento gemelares no Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo entre os anos de 1978 a 2009 : prevalência e fatores associados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Rosário, Horácio Bernardo lattes
Orientador(a): Brunoni, Decio lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Presbiteriana Mackenzie
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://dspace.mackenzie.br/handle/10899/24518
Resumo: As taxas de prevalência em gêmeos nativivos e natimortos têm merecido muitos estudos, inclusive no Brasil. No entanto, mudanças no estilo reprodutivo das populações e melhorias na assistência ao parto e ao recém-nascido mostram que o conhecimento sobre as concepções gemelares devem ser atualizadas ao longo do tempo. Para melhor avaliar estas mudanças, séries históricas registradas em hospitais com atendimentos regulares \ representam importante referência. Neste trabalho foram levantados os registros dos nascimentos no Centro Obstétrico do Serviço de Ginecologia e de Obstetrícia do Hospital Servidor Público Estadual, São Paulo, Brasil, no período de 1978 a 2009, isto é, 32 anos. Num total de 65.258 partos, entre nativivos e natimortos, 64.560 referem-se a partos de recém-nascidos únicos e 1.396 a nascimentos duplos. Entre estes, 257 eram do gênero MM; 270 FF e 171 MF. A estimativa da zigosidade pelo método de Weinberg definiu que 342 eram Dizigóticos (DZ) e 356 Monozigóticos (MZ). As informações coletadas neste trabalho foram armazenadas em um banco de dados de um microcomputador para posterior análise. Os dados foram analisados pelo do programa estatístico SPSS V 11,5 utilizando-se módulos estatísticos, tais como: análise de correlação e de regressão, ajuste de curvas e comparações entre dois grupos. Foi utilizado também, o programa Curve Expert V 1,4 para o ajuste de curvas. O estudo da prevalência, da idade materna, do peso e do Boletim Apgar permitiu as seguintes conclusões: 1. a prevalência variou de 0,71 a 1,47% nos 32 anos considerados. A tendência das taxas de prevalência para o total dos nascimentos gemelares mostrou declínio entre 1979 e 1993 e logo após aumentando até 2005. Esta distribuição está de acordo com a de outras amostras brasileiras e pode ser explicada pela variação da idade materna e utilização de tratamentos contra infertilidade. No último quadriênio houve diminuição no nascimento de gêmeos, mas essa tendência não se manteve nos anos de 2010 e 2011; 2. a prevalência não se distribuiu uniformemente entre DZ e MZ. Entre os primeiros, a distribuição foi similar ao total dos nascimentos gemelares. Entre os MZ houve incremento entre 1986 a 2002 de maneira a ser maior do que a de DZ. Na amostra total o número de Mz foi maior. No entanto, esta diferença não foi estatisticamente significante, neste resultado. 3. a média da idade materna de gemelares foi maior do que dos únicos (29,71 anos e 28,44 anos, respectivamente). Esta diferença é estatisticamente significante e de acordo com os dados da literatura. A tendência da distribuição da idade materna entre gêmeos e únicos não é uniforme, entre os primeiros há queda consistente variando em torno de 29 anos nos primeiros períodos a 28 nos últimos. Entretanto, a variação da idade materna dos gêmeos tem padrão heterogêneo; 4. a média do peso dos recém-nascidos gemelares foi de 2 335 g com tendência a diminuição ao longo do período. A mesma tendência foi observada para os nascimentos únicos. Observou-se também diminuição da idade gestacional entre gêmeos e únicos, o que poderia explicar o declínio do peso. A tendência decrescente da idade gestacional não parece estar relacionada ao tipo de parto, uma vez que a proporção destes não se modificou; 5. as médias do Boletim Apgar para únicos e gêmeos foram elevadas. A média do Apgar 1 entre os recém-nascidos únicos foi de 7,97 e dos gêmeos foi de 7,00. Com relação ao Apgar 5, a média entre os únicos foi de 9,04 e dos gêmeos foi de 8,33. Entre os primeiros foram maiores e estáveis e entre os segundos demonstram. incremento consistente; 6. a natimortalidade entre únicos foi menor do que 1% com tendência a queda nos últimos anos e bem menor do que a média brasileira. Entre os gêmeos a prevalência fica acima de 3% com tendência crescente. Estudos posteriores serão necessários para compreender melhor alguns dos resultados alcançados.