Infecções primárias de corrente sanguínea em UTI neonatal: análise de três anos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Rodrigues, Victor Hugo Bota
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/183148
Resumo: INTRODUÇÃO: As infecções primárias de corrente sanguínea (IPCS) são responsáveis por aumento da morbimortalidade em recém-nascidos. OBJETIVOS: Determinar a incidência e a mortalidade das IPCS com confirmação laboratorial, após 72 horas de vida, em função dos agentes etiológicos, avaliar a resistência antimicrobiana dos agentes mais frequentes e rever o esquema de terapia empírica da Unidade. MÉTODOS: Estudo de coorte, retrospectivo, realizado na UTI Neonatal do Hospital das Clínicas - Faculdade de Medicina de Botucatu (UNESP), entre 2014 - 2016, após aprovação do Comitê de Ética. Critérios de inclusão: recém-nascidos com IPCS e hemocultura positiva após 72 horas de vida. Não incluídos agentes contaminantes e o crescimento de estafilococos coagulase negativa (SCoN) em apenas uma hemocultura. A amostra foi constituída por 71 recém-nascidos com 72 hemoculturas positivas. Foram estudadas variáveis maternas, gestacionais e do parto, procedimentos e resistência antimicrobiana. Desfechos: choque séptico e óbito. Os agentes foram comparados em grupos: Gram-positivos e Gram-negativos. Analise estatística: descritiva e comparação entre grupos com testes paramétricos e não paramétricos, com significância estatística de 5%. RESULTADOS: A incidência de IPCS foi de 10,2%, sendo 57% por Gram-positivos, 40% por Gram-negativos e 3% por fungos. A mortalidade foi de 21% e o óbito diretamente relacionado à IPCS ocorreu em 10% dos Gram-positivos e 14% dos Gram-negativos. Ventilação mecânica, uso de cateteres vasculares e nutrição parenteral foram utilizados com muita frequência nos recém-nascidos com IPCS. Os SCoN foram os Gram-positivos mais encontrados, mas o S. aureus foi o que com mais frequência evoluiu para choque (53%). Dentre os Gram-negativos, 59% evoluíram para choque. Quanto a resistência antimicrobiana, 88% dos SCoN foram resistentes à oxacilina, mas a maioria dos S. aureus foi sensível a ela. Dentre os Gram-negativos, o Enterobacter cloacae foi o mais frequente e 22% deles eram resistentes à aminoglicosídeos. Houve 3 casos de IPCS por Gram-negativo produtor de ESBL. A terapia empírica da UTI (oxacilina e aminoglicosídeo), foi iniciada em mais de 75% dos casos de IPCS. CONCLUSÃO: A incidência e mortalidade das IPCS foram altas. Gram-positivos foram os mais frequentes e a infecção fúngica foi baixa. Dentre os Gram-positivos, os SCoN foram os mais encontrados e o S. aureus, o que mais evoluiu para o choque e óbito. Dentre os Gram-negativos mais da metade evoluiu para choque. A terapia empírica para IPCS da Unidade, deve ser mantida, uma vez que os agentes Gram-positivos de maior gravidade são sensíveis à oxacilina e a maioria dos Gram-negativos são sensíveis aos aminoglicosídeos.