Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Rojas Jaimes, Diego Alejandro [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/191117
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Resumo: |
O treinamento resistido tem sido estudado no contexto do envelhecimento e da doença de Parkinson, mas há falta de exploração das características deste tipo de treinamento que contribuem na melhora da locomoção e da funcionalidade. A pergunta central desta tese é: Quais características do treinamento resistido no contexto do envelhecimento saudável e da doença de Parkinson permitem potenciar seus efeitos no desempenho locomotor? Para responder este questionamento foram desenvolvidos dois estudos. ESTUDO 1. Novos modelos de periodização do treinamento, como a periodização ondulatória e a periodização inversa, têm sido desenvolvidos, mas não há evidências sobre as vantagens da periodização ondulatória quando comparada com a periodização linear em idosos. Por outro lado, a periodização inversa não tem sido testada em idosos. Assim, o objetivo do presente estudo foi analisar os efeitos de dois treinamentos de força com periodizações diferentes na locomoção de idosos saudáveis. Participaram 69 idosos (70,23±6,81 anos, 72,58±5,51 Kg, 162,26±5,92 cm), cognitivamente preservados (27,40±1,20 pontos Mini-Exame de Estado Mental) e fisicamente ativos (12,64±3,15 pontos Baecke). A amostra foi distribuída em três grupos, grupo de treinamento de força com periodização inversa ondulatória (GPIO n=25), grupo de treinamento de força com periodização linear (GPL n=25) e grupo controle (GC n=19). Foram realizadas 20 semanas de treinamento resistido, 2 dias na semana, mais 1 dia de treinamento locomotor. GPIO realizou um treinamento decrescente iniciando com cargas de alta intensidade e depois com cargas de moderada a baixa intensidade, enquanto GPL realizou um treinamento progressivo. Volume e intensidade foram igualados para ambos grupos. O GC realizou atividades de dança no mesmo período. Foram estabelecidos dois momentos de avaliação (pré e pós) onde se registrou o comportamento nas tarefas de levantar e andar (índice de fluidez), iniciação do andar (velocidade do centro de pressão nos ajustes posturais antecipatórios) e andar (velocidade da passada). Todas as tarefas foram executadas em velocidade preferida e rápida. Além, foi mensurado o tempo do Timed Up and Go Test e a força isométrica máxima voluntária. MANOVAs de dois fatores grupo (GPL x GPIO x GC) e momento (pré x pós) e testes post hoc de Bonferroni foram empregados. Os resultados indicaram interação para o índice de fluidez na tarefa de levantar e andar na velocidade rápida (F2,50= 38,727; p<0,01), indicando que GPL e GPIO foram significativamente mais fluidos na execução da tarefa quando comparados com GC (F2,50=178,92; p<0,01). O tempo do Timed Up and Go Test apresentou interação (F2,50= 65,89; p <0,01), onde GPIO apresentou tempo menor que GPL no momento pós (p=0,02). Na força isométrica máxima voluntária, a taxa de desenvolvimento da força apontou interação (F2,50= 29,708; p<0,01), indicando valores médios maiores de GPL e GPIO quando comparados com GC (F2,50= 506,41; p<0,01). No andar em velocidade preferida foi observado efeito principal de momento (F2,50=3,786; p=0,01) na duração da passada, no tempo de apoio e no tempo de apoio duplo, observando incrementos significativos para todas as variáveis no momento pós quando comparados com o pré. Por outro lado, a iniciação do andar não apresentou resposta frente ao treinamento. O treinamento resistido combinado com o treinamento locomotor aumentou a capacidade de gerar força muscular e melhorou o desempenho em tarefas mais complexas como o Timed Up and Go Test e a tarefa de se levantar e andar. Além disso, a periodização das intervenções não foi um fator decisivo para a melhora na funcionalidade de idosos. ESTUDO 2. O baixo impacto do treinamento resistido isolado para as tarefas locomotoras de pessoas com doença de Parkinson tem sido evidenciado. O objetivo do presente estudo foi analisar os efeitos dos treinamentos de força com periodização linear e do treinamento de força com periodização linear combinado com exercícios de transferência para a locomoção sobre o comportamento em tarefas locomotoras de pacientes com doença de Parkinson. Participaram 22 pacientes (71,09±11,66 anos, 71,87±11,78 Kg, 162,4±10,59 cm), cognitivamente preservados (27,40±1,20 pontos Mini-Exame de Estado Mental), fisicamente ativos (6,69±6,40 pontos Baecke) e em estado moderado da doença (Escala de Hoehn & Yahr 2 (20 pacientes) e 3 (2 pacientes)). A amostra foi distribuída em dois grupos: grupo de treinamento de força com periodização linear e transferência (GTFPL-T) e grupo de treinamento de força com periodização linear (GTFPL). Foram realizadas 20 semanas de treinamento, 3 dias na semana e 60 minutos de duração. Ambos grupos realizaram o mesmo treinamento resistido com uma duração de 30 minutos. Porém, GTFPL-T iniciou com 30 minutos de treino resistido e logo após um treinamento locomotor também de 30 minutos. O GTFPL iniciou com um treinamento respiratório com atividades de baixa intensidade motora, sob orientação de um fisioterapeuta, nos primeiros 30 minutos e em seguida realizou o mesmo treinamento resistido. As avaliações seguiram a mesma estrutura do Estudo 1. MANOVAs de dois fatores grupo (GTFPL-T x GTFPL) e momento (pré x pós) e testes post hoc de Bonferroni foram empregados. Houve interação para o índice de fluidez da tarefa de levantar e andar em velocidade preferida (F1,20=2,76; p= 0,05), indicando que GTFPL-T foi mais fluido quando comparado com GTFPL após a aplicação do treinamento (p <0,01). Na iniciação do andar em ambas velocidades foram identificados efeitos principais de momento (F1,20= 79,59; p <0,01 e F1,20= 31,57; p <0,01) para a velocidade do centro de pressão. No caso do andar em velocidade rápida foi apontado efeito principal de momento (F1,20= 3,59; p= 0,02), embora a análise univariada não conseguiu detectar quais variáveis apresentaram resposta estatisticamente significativa. Houve interação para a taxa de desenvolvimento da força (F2,50= 84,757; p<0,01), indicando que GTFPL-T foi maior quando comparado com GTFPL (p <0,01) após a aplicação do treinamento. O tempo no Timed Up and Go Test não foi responsivo ao treinamento. A combinação do treinamento resistido com o locomotor foi capaz de aumentar a taxa de desenvolvimento da força de pacientes com DP e de promover a transferência das adaptações neuromusculares para as tarefas locomotoras. Nesse sentido, a soma destes resultados implica potenciais benefícios para a funcionalidade e independência dos pacientes com DP. De esta forma, é possivel reforçar a ideia dos benefícios do treinamento de força para a população idosa e de pacientes com DP. Embora identificando que os modelos de periodização não são decisivos para obter adaptações positivas no envelhecimento saudável, enquanto parece ser que a especifidade do treinamento e o processo de transferência parecem potenciar os efeitos do treinamento de força na população com DP. |