Estimulação transcraniana por corrente contínua combinada com exercício aeróbio no andar de pessoas com doença de Parkinson

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Moraca, Gabriel Antonio Gazziero
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/254530
Resumo: Introdução: pessoas com doença de Parkinson (DP) comumente apresentam déficits no andar, como diminuição do comprimento e da velocidade da passada. O exercício aeróbio (EA) é uma alternativa para amenizar estes comprometimentos e sua eficácia pode ser melhorada por meio da conbinação com outras estratégias de reabilitação. A estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC) vem sendo testada e mostrando resultados inconclusivos no andar, mas evidências sugerem que a combinação de ETCC com EA pode oferecer benefícios para o andar de pessoas com DP. Objetivos: verificar os efeitos agudos da combinação entre ETCC e EA nos parâmetros espaço-temporais do andar e na atividade cortical em diferentes tarefas locomotoras em pessoas com DP. Materiais e Método: vinte e uma pessoas com DP participaram deste estudo randomizado crossover, duplo-cego e sham-controlado. Os participantes receberam quatro condições de ETCC anódica, em dias diferentes e com intervalo mínimo de uma semana entre elas. As estimulações ativas foram aplicadas no córtex motor primário (M1), córtex pré-frontal (PFC), e em ambas as áreas concomitantemente (multialvo), com intensidade de 2 mA, durante 20 min. Na condição sham, a ETCC permaneceu em 2 mA por apenas 10 s. Simultaneamente a aplicação da ETCC, o EA foi realizado em uma esteira ergométrica e a intensidade foi controlada pela frequência cardíaca máxima (FCmáx). O protocolo do exercício consistiu em: aquecimento (5 min, FCmáx: 50-60%), parte principal (20 min, FCmáx: 60-70%) e recuperação (5 min, FCmáx: abaixo de 60%). A ETCC foi aplicada somente durante a parte principal do exercício. Antes e após a intervenção, os participantes andaram em um circuito de 26,8 m de comprimento, em velocidade preferida, em três tarefas experimentais: usual, com ultrapassagem de obstáculos e com tarefa dupla cognitiva. Foram realizadas três tentativas de 60 s (30 s o mais imóvel possível e 30 s andando) em cada condição e os parâmetros do andar foram mensurados por meio do uso de um acelerômetro posicionado sobre a quinta vértebra lombar. Velocidade, comprimento e duração do passo, além da fase de balanço foram analisadas. Durante as tarefas locomotoras, a atividade do PFC foi mensurada por meio de um sistema portátil de espectroscopia funcional de luz próxima ao infravermelho. As concentrações de oxihemoglobina (HbO2) foram utilizadas como marcadores da atividade cortical, e foram divididas em dois períodos: baseline (10 s antes do início do andar) e andar (5ºs a 25ºs após o início do andar). A diferença de concentração entre estes períodos foi calculada para avaliar a mudança relativa da atividade cortical. ANOVAs two-way com medidas repetidas para os fatores estimulação (M1 x multialvo x PFC x sham) e momento (pré x pós) foram aplicadas. Resultados: independente da aplicação da ETCC, a duração do passo aumentou no momento pós em comparação ao momento pré na condição com tarefa dupla. A concentração de HbO2 aumentou após a combinação EA+ETCC no PFC durante o andar usual e com tarefa dupla. Ainda, a concentração da HbO2 diminuiu após a combinação EA+ETCC no M1 durante o andar usual. Conclusão: uma sessão de EA combinada com ETCC, aplicada em diferentes regiões corticais, não melhorou o andar de pessoas com DP. Apesar de não demonstrar efeito comportamental, aplicar a ETCC durante o EA modulou a atividade hemodinâmica do PFC em pessoas com DP.