Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Malvina Maria de
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Orientador(a): |
Sousa, Fernanda Cunha
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Banca de defesa: |
Dias, Nilza Barrozo
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Lacerda, Patrícia Fabiane Amaral da Cunha
,
Rosário, Ivo da Costa do
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Vieira, Amitza Torres
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Letras: Linguística
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Departamento: |
Faculdade de Letras
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/8919
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Resumo: |
O presente trabalho tem como objetivo a investigação do processo de gramaticalização do verbo “andar” na língua portuguesa, mais especificamente a construção “andar + gerúndio”. Partimos da hipótese de que tal verbo, por meio de mecanismos de mudanças do processo de gramaticalização – metaforização, metonimização e reanálise – percorre um caminho de crescente abstratização, funcionando não apenas como um verbo pleno com sentido [+ concreto] – indicador de deslocamento físic – mas também, como verbo semi-auxiliar, indicando, assim, um sentido [- concreto] de atualizador de aspecto (MEILLET, 1912; HOPPER & TRAUGOTT, 2008 [1993]; FINEGAN, 1995; TRAUGOTT, 1995; TRAUGOTT & DASHER 2005) A fim de comprovar nossa hipótese, realizamos um levantamento pancrônico dos séculos XIX, XX e XXI o qual buscou comprovar, inclusive, quais desses usos seriam frequentes. Os dados dos séculos XX e XXI recobrem tanto a modalidade oral quanto a modalidade escrita da língua. Destes, os dados orais foram coletados em três corpora distintos, a saber: o corpus do “Projeto Mineirês: a construção de um dialeto”, o corpus do projeto “PEUL - Programa de Estudos sobre o Uso da Língua” e o corpus do projeto “NURC/RJ - Projeto da Norma Urbana Oral Culta do Rio de Janeiro”. A modalidade escrita dos referidos séculos foi composta por textos disponíveis na Internet, retirados de blogs e de revistas de grande circulação nacional (“Revista Veja”, “Revista Isto é”, “Revista Época”, “Revista Caras”, “Revista Cláudia” e “Revista Ana Maria”) e por textos disponibilizados pelo site “Hemeroteca digital brasileira”. Os textos do século XIX, por sua vez, foram selecionados do corpus do projeto “Tycho Brahe” – e recobrem apenas a modalidade escrita. Na análise dos dados, descrevemos pontualmente os diferentes usos do verbo “andar”, dando ênfase para a construção “andar + gerúndio” e detalhando como essa construção atualiza o aspecto durativo da ação. Além disso, analisamos a distribuição e a frequência de uso do verbo “andar”, uma vez que assumimos que o levantamento da frequência pode atuar como um subsídio importante na definição de processos de gramaticalização (BYBEE, 2003). Os resultados apontam que o verbo “andar”, na língua portuguesa, é capaz de apresentar tanto a acepção inicial [+ concreta] de “deslocamento físico/temporal” como usos [- concretos] de “avaliação” e de “atualizador de aspecto”. Nesse processo, como demonstraremos nos exemplos, o verbo “andar” atua não apenas como verbo pleno, mas também, como verbo semi-auxiliar. |