Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Fiel, Roberta Pereira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/236627
|
Resumo: |
Esta tese trata da variação entre “nós” ~ “a gente” e das flutuações entre “nós” ~ “nóis” e “a gente” ~ “agente” observadas em textos escritos por 116 alunos que cursaram o Ensino Fundamental II (EF II) em uma escola pública estadual da cidade de São José do Rio Preto, interior de São Paulo, de 2008 a 2011. A partir da perspectiva teórica que entende que a escrita é constituída de modo heterogêneo, nosso objetivo é investigar em que medida os fatores ano escolar, sexo/gênero e tipo textual atuam na variação entre “nós” ~ “a gente” e nas flutuações gráficas entre “nós” ~ “nóis” e “a gente” ~ “agente”. Para tanto, ajustamos um modelo estatístico utilizando o software r. Dos resultados alcançados, destacamos que: (i) as práticas letradas/escritas desenvolvidas em ambiente escolar parecem surtir efeito sobre a escrita de alunos do Ensino Fundamental II, pois a probabilidade de uso de “nós” em relação a “nóis” é de quase 100% em todos os anos do Ensino Fundamental II, e a probabilidade de uso da grafia hipossegmentada “agente”, em relação a grafia convencional “a gente” é de quase 0% em quase todos os anos do Ensino Fundamental II; (ii) o fator sexo/gênero não é relevante na variação entre “nó(i)s” ~ “a/gente” e nem na flutuação das grafias “nós” ~ “nóis” e “a gente” ~ “a gente”, pois os meninos e as meninas possuem probabilidade bastante semelhante na variação e na flutuação dessas formas; (iii) o tipo textual mostrou-se relevante somente para a variação entre as formas conservadora e inovadora, ao apontar que a tipologia textual relacionadas a práticas letradas/escritas possibilitam maior frequência de uso da forma conservadora e das grafias convencionais, “nós” e “a gente”, todavia, ao analisarmos as propostas temáticas, observamos que o uso das grafias “agente” e “nóis” estão relacionadas a práticas sociais orais/faladas pelas quais o escrevente circula no seu dia a dia e que são observáveis no seu texto escrito; e (v) o uso de “nós” está relacionado a uma possível tentativa de alçamento à escrita formal e aos discursos estabilizados na instituição escolar que privilegia o letrado/escrito, tidos como institucionalmente definidos. Assim. esses dados são interpretados a favor da tese de que a variação linguística entre “nós” ~ “a gente”, que está levando à mudança do paradigma pronominal, e a flutuação gráfica entre “nós” ~ “nóis” e “a gente” ~ “agente” são efeitos das relações de tensão entre práticas orais/faladas e letradas/escritas que constituem nossa sociedade e colocam em tensão os sujeitos que escrevem. Esta tese contribui com a concepção de que a escrita não é pura, mas constituída por práticas orais/faladas e letradas/escritas que estão presentes em todos os textos, bem como com a caracterização da escrita de alunos do EF II de uma escola representativa de escolas públicas da região noroeste do estado de São Paulo em um dado momento histórico (2008-2011). |