Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Santos, Giovanna Jully Alves dos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/214714
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Resumo: |
Esta dissertação trata de flutuações na segmentação de palavra em textos de crianças que cursam o terceiro ano do Ensino Fundamental (EFI). As flutuações investigadas são registros distintos de segmentação não convencional de palavra, como “vem os” > “vemos”. Objetivamos, de modo geral, investigar, como flutuam as segmentações não convencionais de palavra em produções textuais elaboradas por um mesmo grupo de crianças em dois diferentes momentos – antes e depois de atividade didático-pedagogia sobre registro de fronteira de palavra. De modo específico, almejamos: (i) analisar quantitativamente flutuações identificadas nos textos antes e depois do trabalho didático-pedagógico; (ii) analisar qualitativamente as flutuações, investigando o trânsito do escrevente por práticas orais/faladas relevantes para o ensino de ortografia nos anos iniciais do Ensino Fundamental; (iii) analisar qualitativamente flutuações que possam testemunhar o trânsito do escrevente pelas práticas de letramento vivenciadas no trabalho didático-pedagógico e demais práticas letradas/escritas escolarizadas, especialmente aquelas de natureza morfossintática. Para alcançar esses objetivos, realizamos uma atividade didático-pedagógica com poemas infantis selecionados da obra Ou isto ou Aquilo, de Cecília Meireles, que têm a característica comum de haver segmentações alternativas de palavra como “a ponta” > “aponta”. A atividade foi desenvolvida com 143 crianças com idades entre 8 e 9 anos, regularmente matriculadas no 3º ano do EF em escolas da rede pública de São José do Rio Preto, interior do estado de São Paulo. O material de análise é composto de 286 textos, dos quais 143 foram produzidos antes do trabalho didático-pedagógico e 143 são reescritas dos textos iniciais, elaboradas após a conclusão das atividades em sala de aula. Das análises quantitativas, destacam-se: (i) maior tendência de, no texto inicial, ocorreram registros não convencionais das fronteiras gráficas de palavras e, na reescrita, registros dessas mesmas fronteiras gráficas de acordo com a convenção e (ii) uma diferença estatisticamente relevante entre os índices medianos de fronteiras de palavras registradas de modo não convencional identificados na primeira produção em relação à reescrita. Por fim, nas análises qualitativas, observou-se: (i) maior recorrência de estruturas prosódicas que envolvem representações de grupo clítico e palavra fonológica, bem como os limites prosódicos do constituinte basilar da hierarquia prosódica, emergindo a questão de registar sílabas que, na língua, ora correspondem a palavras funcionais, ora compõem as palavras lexicais e (ii) tendência de composição de estruturas que correspondem aos padrões de acento mais recorrentes da Língua Portuguesa. Esses resultados são interpretados como efeitos do trânsito do escrevente por práticas orais/faladas e letradas/escritas e de que, nos anos iniciais do ensino fundamental, estruturas linguísticas nas quais as fronteiras de palavra fonológica e da palavra morfológica não coincidem se mostram como pontos de tensão no processo de aquisição da escrita. Acrescenta-se, ainda como resultados, que: (iii) asflutuações entre asfronteiras gráficas não convencionais das palavras deixam entrever que as estruturas mais recorrentes nas escritas iniciais diminuíram nas reescritas, produzidas após o trabalho didático-pedagógico; (iv) a recorrência de rasuras que se sobrepuseram às flutuações identificadas foi interpretada como mais um indício do trânsito do escrevente por prática sociais orais e letradas, especialmente as escolarizadas vivenciadas ao longo do desenvolvimento do trabalho didático-pedagógico sobre segmentações alternativas de palavra. |