Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Graner, Karen Mendes [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/151291
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Resumo: |
Transtornos Mentais Comuns (TMC) e uso de risco de álcool entre estudantes universitários vêm sendo foco de pesquisas, sendo ainda raros os estudos com alunos de graduação em odontologia. O objetivo desta pesquisa foi investigar a prevalência de TMC e do uso de risco de álcool e suas associações com as características sociodemográficas, de saúde, relacionais, do ambiente acadêmico, de estratégias de enfrentamento e resiliência entre estudantes do curso de Odontologia da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP. Neste manuscrito, estão apresentados três estudos que representam os resultados obtidos: uma revisão integrativa sobre o tema e dois estudos empíricos que focalizaram dois diferentes desfechos: TMC e uso de risco de álcool em estudantes de odontologia. A revisão investigou, em pesquisas publicadas entre 2006 e 2016, fatores de risco e proteção para sofrimento psíquico de estudantes universitários. Os estudos empíricos utilizaram delineamentos transversais, descritivos e analíticos. A amostra nesses estudos foi composta por 230 alunos, 71,8% dos estudantes matriculados nos quatro anos do curso de odontologia. Foram aplicados formulário padronizado para caracterização da amostra e seis instrumentos que investigaram: Transtorno Mental Comum (Self Repporting Questionnarie-20 – SRQ-20), uso de risco de álcool (Alcohol Use Disorder Identification Test-AUDIT), apoio social (Escala de Apoio Social, do Medical Outcomes Study-EAS), percepção do ambiente educacional (Dundee Ready Education Environment Measure-DREEM), estratégias de enfrentamento (Inventário de Estratégias de Enfrentamento-IEC) e resiliência (Escala de Resiliência-ER). Foram realizadas análises descritiva e bivariada, e regressão logística (RL) para modelos sucessivos. Do total da amostra, 30,0% cursavam a primeira série, 21,7% a segunda, 31,2% a terceira e 17,0% na quarta, sendo 75,2% mulheres. A média de idade foi de 20,6 (DP±1,99), maioria referiu não ter companheiro (98,7%), morar com amigos (59,6%), ter pai e mãe (66,1%; 63,5%) com ensino superior completo, renda familiar elevada (65,9%) e ter gasto mensal de até dois salários mínimos (87,6%). A maioria não recebia mesada ou a considerava insuficiente (61,6%), não tinha trabalhado nos últimos seis meses (91,3%), seguia alguma religião (84,3%) e considerava-a muito importante (54,8%). Análise descritiva dos escores obtidos nos instrumentos indicou, em geral, médias elevadas para percepção geral positiva do apoio social (EAS total: 72,7, DP:15,9), ambiente educacional (DREEM total: 119,9; DP:22,9), resiliência (ER: 124,1; DP:16,4). Identificou-se também maior uso de Reavaliação Positiva como estratégia de enfrentamento (13,6; DP:4,7; 1-27) e menor uso de estratégias de Fuga/Esquiva (1,7, DP:1,8) pelos estudantes. A prevalência de TMC foi de 45.2% (95% CI: 38.7- 51.6) e de uso de risco de álcool 29,6% (95%IC: 23,7%-35,9%) com prevalência significativamente maior entre os homens (p<0,01). A análise multivariada permitiu identificar como fatores de risco para TMC: não desempenhar atividades extracurriculares como gostaria (OR:4,5;IC:1,9-10,7), avaliar negativamente sua saúde (OR:4,24;IC:1,9-9,8), e seu desempenho escolar (OR:3,8;IC:1,3-10,5), ter recebido tratamento psicológico/psiquiátrico após o ingresso na universidade (OR:2,65;IC:1,1-6,1), e utilizar coping confronto (OR:1,20;IC:1.0-1.4). Resiliência (OR:0,93;IC:0,9-1,0) foi identificada como fator de proteção para TMC. Em relação aos fatores de risco para uso problemático do álcool, permaneceram no modelo final da RL: cursar a terceira série (OR:3,72;IC:1,55-8,90), ter recebido trote (OR:3,29;IC:1,54-7,03), sexo masculino (OR:3,19; IC:1,57-6,49), renda mais alta (OR:2,87;IC:1,31-6,28). As prevalências de TMC e de uso de risco de álcool foram mais elevadas que as descritas para a população geral. Características individuais (sexo, renda), de saúde (autoavaliação da saúde, histórico de tratamento psicológico/psiquiátrico), comportamentais (coping e resiliência) e, principalmente, as relativas à vida acadêmica (série, atividades extracurriculares, desempenho acadêmico, trote abusivo) desempenharam importante função nos desfechos investigados. Embora tenha sido realizado com população universitária específica, os achados sugerem a relevância de ações de prevenção e cuidado nas instituições de ensino superior de forma a favorecer o bem estar dos estudantes. Estudos longitudinais poderão favorecer o aprofundamento dos dados identificados. |