Jornalismo impresso e relações de gênero: enquadramentos da Folha de S. Paulo e d'O Estado de S. Paulo do caso de hostilização a uma estudante

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Bueno, Noemi Correa [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/89366
Resumo: Na abordagem feminista, de modo geral, os meios disseminam uma imagem discriminatória das mulheres, ao destacarem e valorizarem questões, vozes ou imagens masculinas em detrimento das feministas. No caso do jornalismo, essa discriminação se potencializa, devido a sua suposta imparcialidade, dificultando a visualização das relações de dominação presentes nesse meio. Por isso, Bourdieu aponta o jornalismo como uma instituição que mantém e eterniza, de forma sutil, a relação de dominação entre os gêneros, pois consiste em um importante formador de opiniões que reproduz a estrutura simbólica androcêntrica. Buscando verificar a pertinência ou não destes pressupostos, este trabalho analisou a cobertura jornalística da Folha de S. Paulo e d'O Estado de S. Paulo, do caso de hostilização de estudantes universitários a outra aluna, com o objetivo de verificar se os enquadramentos praticados por aqueles jornais foram ou não favoráveis à caracterização do acontecimento como manifestação de intolerância e violência, apontando-o ou não como resultado de uma cultura opressiva em relação ao comportamento da mulher. A pesquisa constantou que houve um predomínio dos enquadramentos neutros, seguidos dos favoráveis, sendo que em O Estado de S. Paulo a frequencia do enquadramento favorável foi maior do que na Folha de S. Paulo. Conclui-se sugerindo que é importante não apenas a imprensa construir representações mais adequadas em relação às relações de gênero, mas também promover representações com caráter emancipador, que contestem as noções desfavoráveis relativas às condutas femininas