Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Góes, José Cristian
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Orientador(a): |
Franciscato, Carlos Eduardo |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Pós-Graduação em Comunicação
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://ri.ufs.br/handle/riufs/4033
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Resumo: |
Rotular que este ou aquele meio é sensacionalista apenas porque se dedica à exploração da violência, com generosa medida de crimes, sexo e miséria humana e afirmar que essa prática atrai amplas audiências nas camadas populares impõe certa obviedade e uma constatação que se encerra em si mesma. Este trabalho é fruto dessa inquietação. Busca-se aqui ir além de observações reducionistas sobre o sensacionalismo, a partir de três movimentos intersecionados: a inserção desse formato na teoria do jornalismo, a partir dos estudos sobre enquadramento; a relação desse frame com as representações sociais sobre pobreza e violência; e a avaliação desse quadro sensacionalista à luz da ética jornalística. Seu objetivo central é discutir o sensacionalismo como prática jornalística corrente. Há um esforço em discutir jornalismo, acontecimento e cotidiano e de fazer uma revisão sobre o processo histórico do sensacionalismo na imprensa. Como objeto foi escolhido o Jornal Cinform, periódico semanal que circula em Aracaju/SE. Foi investigada a manchete principal desse jornal identificada como sensacionalista e a reportagem dela decorrente entre os anos de 2008 a 2012. Utilizando-se da análise de conteúdo e das entrevistas com repórteres e com o diretor de jornalismo do jornal, chegamos à conclusão de que o sensacionalismo pode se constitui um enquadramento, articulado entre repórteres e empresa e que é aplicado em determinados acontecimentos com carga dramática latente de violência, transformando-os em relatos de barbárie. Esse modo interpretativo e saliente da realidade, através da prática sensacionalista, acaba reafirmando representações sociais que criminalizam a pobreza. Nessas condições, sob a luz da ética jornalística, esse enquadramento se torna um flagrante desvio de conduta profissional, mas que diante da naturalização do quadro, alguns pressupostos éticos ficaram relativizados. Ao enfrentar a análise do sensacionalismo a partir de três claros movimentos: enquadramento, representação social e ética apresentamos contribuições de que o enquadramento sensacionalista é resultado de um processo articulados de categorias que se entrecruzam com as representações sociais. Além dessas constatações, salientamos que esse processo não é neutro e isento e à luz da ética jornalística impõe uma conduta ética reprovável. Ao final, esperamos ter sinalizado outras questões que ajudam a melhor compreender o cotidiano no jornalismo. |