Educação Ambiental e a relação animais humanos e não-humanos: um estudo a partir de periódicos internacionais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Simão, Felipe Pinto [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/257144
Resumo: Por meio de uma pesquisa do tipo “Estado da Arte”, objetivamos mapear a produção acadêmica veiculada em periódicos internacionais para investigar as relações estabelecidas entre animais humanos e não humanos e a pesquisa em Educação Ambiental. Para tanto, foram elaboradas as seguintes questões norteadoras: as relações estabelecidas entre animais humanos e não-humanos tem sido discutida no campo da pesquisa em Educação Ambiental? Que posicionamentos epistemológicos fundamentam essas pesquisas? Que autores são referenciados? Que metodologias são adotadas? Que críticas relativas à temática dos animais humanos e não humanos são elaboradas nos materiais analisados? As questões de natureza ética são tematizadas nesses materiais? Para tanto, recorremos à “Análise Textual Discursiva” para analisar um corpus documental composto por 32 artigos. Como resultado, identificamos a predominância de pesquisas com abordagens que se enquadram na chamada “Era Pós” ou “Pós-crítica”, em especial, as que se identificam com o “Pós-Humanismo”, o que pode ser explicado pelo fato desta tentar desfazer binários à medida que estabelece críticas ao Antropocentrismo. Dentre os principais autores referenciados pelos artigos, destacam-se as contribuições de Gilles Deleuze, Félix Guattari, Paulo Freire e Donna Haraway. Em relação às metodologias, é possível afirmar que a "etnografia multiespécie” está em evidência devido a maior flexibilidade e sensibilidade nas abordagens de coleta e análise de dados. Também, identificamos artigos que se propõem a discutir essas relações por meio de “novas” perspectivas éticas, contudo, não corroboramos esse entendimento por compreendermos que os autores não criam ou utilizam novas perspectivas, mas sim, utilizam de diferentes referenciais para ampliar a moral humana de maneira que os animais não-humanos possam ser estudados e incluídos em pesquisas enquanto sujeitos, e não mais como objetos. A partir das análises realizadas consideramos que, apesar de ser um tema debatido por meio de diferentes perspectivas, é possível encontrar um padrão: a preocupação para que as aproximações teóricas e conceituais, não reproduzam modelos hierárquicos e antropocêntricos de se fazer pesquisa. Essa é uma semelhança que merece destaque por desafiar visões tradicionais ao mesmo tempo em que estabelece novos paradigmas educacionais e científicos, que podem contribuir para o desenvolvimento do campo de pesquisa em Educação Ambiental.