Dor generalizada, sensibilização central e qualidade de vida em adolescentes com disfunções temporomandibulares dolorosas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Campi, Letícia Bueno
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/180751
Resumo: Em adultos, a disfunção temporomandibular (DTM) frequentemente está associada com outras condições dolorosas, como a fibromialgia (FM). Os tender points (TPs), que são parte dos critérios diagnósticos para FM, indicam um aumento da sensibilidade à dor generalizada. Objetivos: Investigar a associação entre DTM dolorosa e o número de TPs em adolescentes, bem como a relação entre o número de TPs e o limiar de dor à pressão (LDP) para dor local, regional e generalizada, como possíveis indicativos de sensibilização central (SC). Ainda, explorar a associação entre DTM dolorosa e FM, investigar o impacto da DTM dolorosa na qualidade de vida (QV) do adolescente e a influência de outras condições comórbidas (dor no corpo, qualidade do sono, doenças sistêmicas, sedentarismo, obesidade, sintomas depressivos) nessa associação. Métodos: A amostra foi composta por 690 adolescentes brasileiros com (n=112) e sem DTM dolorosa (n=578), de 12 a 14 anos. A DTM dolorosa foi classificada de acordo com os Critérios de Diagnóstico de Pesquisa para DTM (RDC/TMD) - Eixo I. Os critérios estabelecidos por Yunus foram aplicados para avaliar a FM juvenil e os TPs. O questionário Pediatric Quality of Life InventoryTM foi aplicado para avaliar a QV. Estatísticas descritivas foram utilizadas para caracterizar os participantes, estratificando pela presença de DTM dolorosa. Testes de Mann-Whitney e χ2 foram aplicados para testar a associação entre DTM dolorosa e variáveis demográficas. Modelos de regressão foram usados para estimar a associação entre DTM dolorosa e TPs e determinar quais variáveis preditivas adicionais estavam associadas aos TPs. Análises de regressão foram realizadas para testar as associações entre os valores de LDP e número de TPs. O teste de Fisher foi utilizado para estimar a associação entre DTM dolorosa e FM. Análises de regressão linear foram realizadas com DTM dolorosa e cada um dos possíveis preditores no modelo para estudar sua associação com a QV. Resultados: Foram encontradas associações significativas entre DTM dolorosa e TPs (p<0,001), assim como entre os TPs e os valores de LDP para dor local, regional e generalizada (p<0,001). Não foi encontrada associação entre DTM dolorosa e FM (p=0,158). Houve associação significativa entre QV e DTM dolorosa (p<0,001). Ao incluir os sintomas depressivos, qualidade do sono, dor no corpo, idade, sexo/gênero e atividades físicas, houve um aumento progressivo da variância explicada (R2). Entre os possíveis preditores, os sintomas depressivos apresentaram associação de maior magnitude com a QV (p<0,001). Conclusão: Adolescentes com DTM dolorosa apresentaram mais TPs em relação aos sem dor. Ainda, quanto maior o número de TPs, menor o LDP. Este achado sugere que os adolescentes com DTM dolorosa têm maior risco de apresentar SC. A QV dos adolescentes é afetada principalmente pela presença de DTM dolorosa e sintomas depressivos, mas também pela má qualidade do sono, presença de dor no corpo, maior idade, sexo/gênero feminino e sedentarismo. Esses fatores isolados pioram a QV, porém, quando presentes simultaneamente, comprometem ainda mais o bem-estar físico, social e emocional do adolescente.