Sinais e sintomas de sensibilização central avaliados por diferentes métodos em pacientes com disfunção temporomandibular dolorosa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Proença, Juliana dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/193836
Resumo: A fisiopatologia da disfunção temporomandibular (DTM) pode envolver mecanismos de sensibilização central (SC). Dentre os métodos para sua avaliação estão os testes quantitativos sensoriais (Quantitative Sensory Testing – QST) e o teste de modulação condicionada da dor (Conditioned Pain Modulation – CPM). O inventário de sensibilização central (Central Sensitization Inventory – CSI) tem sido sugerido como um meio de investigar sintomas relacionados à SC e tem sido correlacionado a questionários que avaliam fatores psicossociais. Objetivos: Avaliar a presença de sintomas relacionados à SC em indivíduos com DTM dolorosa através do CSI, bem como correlacionar os resultados deste com os obtidos nos testes psicofísicos e questionários para avaliação psicossocial. Ainda, avaliar as características clínicas da dor primária crônica de acordo com a presença de DTM dolorosa e comorbidades. Material e métodos: Neste estudo observacional transversal, a DTM foi classificada pelo Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders eixo I (RDC/TMD). Os testes wind-up ratio, limiar de dor à pressão (LDP) e CPM foram os testes psicofísicos realizados. O CSI foi aplicado para avaliar sintomas relacionados à SC e o sofrimento emocional associado à dor. Foram também avaliadas as características sociodemográficas, fatores psicossociais, comorbidades, qualidade do sono e dor espalhada pelo corpo. A amostra foi composta por 146 adultos, estratificados em dois grupos: 1) Controle (n=31); 2) DTM dolorosa (n=115). Em relação às características da dor primária crônica, a amostra foi de 129 participantes, divididos em três grupos: 1) Controle (n=25); DTM dolorosa (n=35); DTM dolorosa+comorbidades (n=69). As variáveis qualitativas foram testadas pelos testes de Qui-quadrado e Exato de Fisher. As variáveis quantitativas foram analisadas pelo teste t de Student e de Mann Whitney U. Por meio de uma curva ROC (Receiver Operating Characteristic) foi identificado um ponto de corte para o CSI, tendo como parâmetro a graduação da gravidade da dor crônica (RDC/TMD eixo II). A correlação entre o CSI e os testes psicofísicos e questionários psicossociais foi avaliada pelos coeficientes de correlação de Pearson e de Spearman. As características da dor primária crônica foram avaliadas pela análise de variância a um fator, teste de Kruskal-Wallis e de Qui-quadrado (α=5%). Resultados: O grupo DTM dolorosa mostrou maior escore do CSI (p<0,001) e menor LDP (p≤0,020) comparado aos controles. O valor 28 mostrou-se o ponto de corte mais adequado para distinguir indivíduos com DTM dolorosa crônica de participantes livres de dor crônica. O escore do CSI foi significativamente e positivamente correlacionado somente aos questionários psicossociais (p<0,001). Indivíduos com DTM dolorosa e comorbidades apresentaram menor LDP (p≤0,015) e maior número de áreas doloridas no corpo (p=0,001) comparados aos controles. Eles também mostraram mais sintomas de depressão (p=0,018), de ansiedade (p=0,040) e maior escore no CSI (p<0,001) que os grupos controle e DTM dolorosa. Conclusão: O escore do CSI foi maior para os participantes com DTM dolorosa. Ele não foi correlacionado aos resultados dos testes psicofísicos, mas mostrou uma correlação significativa com os questionários para avaliação psicossocial. Finalmente, participantes com DTM dolorosa e comorbidades apresentaram mais características clínicas da dor primária crônica.