Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Locca, Felipe Leite [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11449/257266
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Resumo: |
Por toda a história do Brasil emerge um fenômeno aparentemente cíclico: uma série de fenômenos políticos, sociais e econômicos surgem dos baús de nossa história com frequência colocando em xeque as próprias bases que sustentam a identidade da nação brasileira. Recentemente, o Brasil se encontrou mais uma vez imerso em um desses momentos: palavras como democracia, golpe, intervenção, revolução, comunismo, fascismo, autoritarismo e fraude eleitoral voltaram mais uma vez às esquinas, às universidades e aos jantares em família do país, não como a lembrança de um passado distante, mas como armas num debate intenso acerca do que é, do que foi e do que há de ser o Brasil. É a partir desta conjuntura que este projeto se volta para São Bernardo. Tanto o romance de Graciliano Ramos como sua adaptação fílmica, dirigida por Leon Hirszman, são obras que trazem em seu seio este mesmo debate, muitas destas palavras estão lá, impressas na prosa literária e verbalizadas pelo elenco. São Bernardo, em suas duas manifestações, pode ser lido como uma obra exatamente sobre isso, sobre o que é o Brasil, qual foi e qual será o Brasil que veremos diante de nossos olhos. Ao compararem-se estas duas obras, as opções que o filme de Hirszman toma sobre como adaptar seu texto fonte, apontam para a reprodução, quase na sua totalidade, dos elementos mobilizados pela obra em sua forma literária. Temos aí, pois, uma ótima oportunidade para a análise de como os elementos sociais, históricos e políticos em questão são mobilizados tanto na forma literária quanto na forma fílmica. Constitui, portanto, o objetivo desta pesquisa desenvolver uma análise comparativa do romance São Bernardo (1934), de Graciliano Ramos, partindo da adaptação cinematográfica homônima de 1972, dirigida por Leon Hirszman, possibilitando uma reflexão sobre como os mesmos elementos simbólicos são articulados e mobilizados em cada um dos suportes linguísticos e como se dá, em cada obra, a expressão de ideias, emoções, tempos, espaços e ações. Para tanto, este projeto de pesquisa adota o suporte conceitual e bibliográfico da análise de discurso como um dos seus pilares teóricos, principalmente através de obras de Eni Orlandi. Na composição do suporte teórico-crítico para a análise fílmica, encontram-se de forma central as elaborações teóricas e conceitos propostos por autores como Christian Metz, Ismail Xavier, Jacques Aumont, Jean-Claude Bernardet, Robert Stam e, em especial, André Gaudreault e François Jost no campo da narratologia fílmica. Compõe parte da tarefa deste projeto articular um diálogo direto entre estes dois campos teóricos – o da análise do discurso e o da narratologia fílmica. |