Efeito do bortezomibe no tratamento do mieloma múltiplo: uma revisão sistemática e metanálise

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Cantadori, Lucas Oliveira [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/256958
Resumo: Introdução: mieloma múltiplo (MM) é uma neoplasia maligna incurável caracterizada por proliferação clonal de plasmócitos. Bortezomibe é uma das medicações mais utilizadas no tratamento de primeira linha e recidivas subsequentes, tanto em monoterapia quanto em diversas combinações com outras drogas. Nosso objetivo foi avaliar - tanto em ensaios clínicos randomizados (ECRs) quanto no mundo real - os efeitos do bortezomibe na sobrevida livre de progressão (SLP) como um desfecho primário. Os desfechos secundários incluíram sobrevida global (SG), taxa de resposta global (TRG), tempo até o próximo tratamento, qualidade de vida relacionada à saúde, adesão, eventos adversos, neuropatia periférica e morte relacionada ao tratamento em pacientes com MM. Métodos e Análise: trata-se de uma revisão sistemática e metanálise avaliando o efeito do bortezomibe e inclui ECRs e estudos não randomizados que compararam: 1) esquemas de tratamento similares, com associação de bortezomibe (intervenção) e sem associação de bortezomibe (controle), chamada aqui de análise de tipo 1; 2) esquemas de tratamento diferentes, contendo bortezomibe (intervenção) e não contendo bortezomibe (controle), chamada aqui de análise de tipo 2. Estratégias de busca foram criadas para os seguintes bancos de dados: Embase, Medline, LILACS e CENTRAL. Dois revisores selecionaram independentemente os estudos elegíveis, avaliaram o risco de viés e extraíram dados dos estudos incluídos. Desfechos semelhantes foram plotados na meta-análise usando o Software Estatístico Stata 18. Os desfechos SLP e SG foram analisados usando hazard ratios (HRs), que foram estimadas usando estatísticas computadas durante uma análise de log-rank pelo método de Peto para dados de tempo até o evento. Para outros dados dicotômicos, o risco relativo foi calculado com ICs de 95% como estimativa do efeito da intervenção. Para avaliar qualidade e grau de certeza das evidências, tilizamos o sistema GRADE (Grading of Recommendations Assessment, Development, and Evaluation). Resultados: as estratégias rodadas resultaram em 9285 estudos. Destes, 141 foram selecionados para leitura na íntegra, no qual 28 foram incluídos, sendo 16 randomizados e 12 não randomizados, que avaliaram, respectivamente, 7902 e 10537 pacientes. A adição de bortezomibe em ECRs resultou em uma SLP superior (HR 0.69, IC 95%: 0.61-0.77, 6 RCTs, I2=0%, 1870 participantes, moderada qualidade da evidência). Quando comparado ao controle ativo, nenhuma diferença significativa na SLP foi observada entre os grupos (HR 0.99, IC 95%: 0.92-1.06, 10 ECRs, I2=92%, 5535 participantes, baixa qualidade da evidência). Como um efeito adverso de interesse, a neuropatia periférica foi maior nos usuários de bortezomibe, sendo que tanto a análise do tipo 1 (risco relativo 2.94, IC 95%: 2.24-3.86, I2=0%, 5 RCTs, 1901 participantes, alta qualidade da evidência) quanto a análise do tipo 2 (risco relativo 4.57, IC 95%: 2.50-8.35, I2=64%, 9 ECRs, 5279 participantes, alta qualidade da evidência) mostraram taxas mais altas de neuropatia periférica de grau 3 ou superior. Estudos não randomizados avaliados também demonstraram taxas mais altas de neuropatia (risco relativo 2.37, IC 95%: 1.40-4.02, I2=40%, 3 estudos, 2428 participantes).