Planejamento de ensaio clínico randomizado para avaliação da eficácia do uso de alopurinol no acidente vascular encefálico agudo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Araujo, Carolina Fumico Massuda
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/181354
Resumo: O acidente vascular cerebral (AVC) é uma das mais importantes afecções clínicas atualmente. A Organização Mundial de Saúde (OMS) define o AVC como sendo um comprometimento neurológico focal ou global que subitamente ocorre com sintomas persistindo para além de 24 horas, ou levando à morte, com provável origem vascular. O AVC agudo é responsável por uma carga substancial de morbidade e mortalidade no mundo representando a segunda causa global de anos de vida perdidos por incapacidade e respondendo por cerca de 10% de todas as mortes. No Brasil e nos Estados Unidos, o risco estimado de AVC ao longo da vida foi de 19,1% e 23,7%, respectivamente. A doença pode gerar sequelas e incapacidades resultando em grande impacto econômico e social. O alopurinol é uma droga inibidora da xantina oxidase (XO), a enzima que catalisa a conversão da hipoxantina em xantina e da xantina em ácido úrico a partir da degradação de purinas. Trata-se de medicamento antigo, seguro, disponível amplamente e com custo baixo utilizado principalmente para a prevenção de crises de gota. Além de seus efeitos sobre a redução dos níveis séricos de ácido úrico, sabe-se que o alopurinol também possui efeitos promissores em condições cardiovasculares. Esses efeitos têm o potencial de contribuírem para o tratamento de pacientes com AVC isquêmico agudo. Atualmente, o alopurinol não faz parte do tratamento padrão de pacientes com esse quadro no SUS ou internacionalmente, porém constitui um medicamento promissor a ser melhor estudado. Sabe-se que a condução de ensaios clínicos com medicamentos antigos para descoberta de novas aplicações para as mesmas não é considerada interessante para a indústria farmacêutica, pois após a perda da patente usualmente não há recompensa financeira suficiente para os altos gastos incorridos durante a condução dos ensaios. De tal modo normalmente fica a cargo de universidades e institutos de pesquisa com financiamento público realizar estudos clínicos com medicamentos já aprovados e com longo tempo de uso a fim de descobrir novas aplicações. Inovar com novos usos de medicamentos antigos já conhecidos representa uma oportunidade rara para o sistema público de saúde oferecer mais benefícios à população a um baixo custo. Sendo assim, propomos o presente ensaio clínico randomizado multicêntrico para avaliar a eficácia do alopurinol para prevenção de incapacidades e mortalidade no AVC agudo.