Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Mexko, Sara |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/213964
|
Resumo: |
Este trabalho, que se apresenta agora como tese de doutorado, foi produzido a partir de um processo de intercessão-pesquisa realizado em um Centro de Atenção Psicossocial. Visamos refletir acerca do trabalho, em particular sobre a práxis do psicólogo, à luz da análise paradigmática postulada por Abílio da Costa-Rosa, destacando algumas contribuições da Psicanálise nesse novo lócus. Esse autor define dois paradigmas de Atenção, a saber: o ainda dominante Paradigma Psiquiátrico Hospitalocêntrico Medicalizador, e seu antípoda, o Paradigma Psicossocial, como um para além da Reforma Psiquiátrica brasileira. Para tanto, nos servimos do Dispositivo Intercessor como um novo modo de produção de saber na práxis comum e de conhecimento na práxis universitária. Esse dispositivo se pauta em referenciais teóricos transdisciplinares, sendo eles: a Psicanálise do campo de S. Freud e J. Lacan, o Materialismo Histórico de Marx, a Análise Institucional francesa e a Filosofia de Diferença, em particular, o conceito de intercessor, preconizado por de Gilles Deleuze, possibilitando assim estabelecer diversos planos analíticos que buscam dar conta, justamente, da complexidade do campo da Saúde Mental Coletiva. Apresentamos uma análise acerca da Política Nacional de Saúde Mental brasileira, subsidiada pelo conceito gramsciano de Hegemonia e pela delimitação paradigmática, desde sua criação até o cenário atual. A partir da Análise Institucional, posicionamos o Centro de Atenção Psicossocial como estabelecimento e situamos os modos de produção de Atenção ao sofrimento psíquico de acordo com os paradigmas. Discorremos acerca da prática do psicólogo como integrante da equipe do Centro de Atenção Psicossocial, destacando algumas intercessões tanto com os sujeitos como no âmbito da equipe. Pautados na psicanálise do campo de Freud e Lacan, apresentamos uma breve conceituação acerca modalidade de subjetivação por foraclusão, incluindo suas sobremodalidades, e da clínica com esses sujeitos. Discutimos a psicoterapia orientada pela psicanálise como terapêutica de tratamento para os sujeitos do recalcamento com graves impasses de subjetivação, situando as funções das entrevistas preliminares e a direção do tratamento, além de breves apontamentos sobre o grupo psicoterapêutico e sobre a dimensão temporal implicada nesse processo. Dissertamos sobre a oficina terapêutica como espaço de trabalho criativo e de produção subjetiva para os sujeitos do recalcamento e da foraclusão, quando sustentados por um trabalhador-intercessor orientado pela psicanálise. Tendo em vista que os sujeitos demandam tratamento em virtude de impasses na realidade psíquica, o trabalho fundamental para o equacionamento se processa no campo dessa mesma realidade, sendo o trabalhador um intercessor posicionado na transferência. Somente uma prática subsidiada por referenciais que consideram a dimensão do sujeito do inconsciente, assim como dos efeitos do Modo Capitalista de Produção na subjetividade, poderá se contrapor ao paradigma asilar e caminhar em direção ao Paradigma Psicossocial. Quanto à psicanálise, trata-se de um alargamento do campo da psicanálise em intensão, jamais de uma psicanálise aplicada. |