A escravidão na fronteira: um estudo da escravidão negra numa boca do sertão paulista. Lençóes, 1860-1888

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Fernandes, Edson [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/93458
Resumo: O povoamento da porção ocidental da Província de São Paulo foi um processo que se desenvolveu ao longo do século XIX, conseqüência, em grande parte, do avanço da cultura cafeeira. Os povoados que aí se estabeleceram, com seus acanhados núcleos urbanos e seus inúmeros roçados e fazendas estavam, num primeiro momento, não interligados ao comércio de longa distância, o que fazia com que sua produção se destinasse aos mercados local e regional. Lençóes, vila desmembrada de Botucatu em 1865, não prescindiu do trabalho escravo em suas atividades econômicas. A análise de inventários post-mortem, de livros de notas cartoriais e registros paroquiais permite concluir que algumas características da população escrava desta vila de povoamento mais recente eram semelhantes às de outras áreas também não interligadas ao comércio de exportação. Deste modo, verificou-se em Lençóes uma ampla predominância dos proprietários de pequenos plantéis (de 1 a 5 escravos) que detinham uma pequena parcela da mão-de-obra. Por outro lado, algumas características da população escrava lençoense não eram comuns a outras áreas escravistas brasileiras. Entre elas, encontramos uma maior ocorrência de alforrias onerosas, ou seja, as que envolviam algum tipo de pagamento. Além disso, os preços alcançados pelas mulheres escravas eram, em média, semelhantes aos dos homens num determinado período, durante a década de 1860, resultado das dificuldades de reposição da mão-de-obra cativa e, conseqüentemente, valorização da mulher devido à sua condição de reprodutora.