Estudo de Leishmania spp. em amostras provenientes de cães e humanos e suas implicações em saúde pública na região de Bauru, São Paulo.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Ramos-Augusto, Livia Carla
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/154932
Resumo: As leishmanioses são doenças zoonóticas de importância em saúde pública. Os objetivos do trabalho foram comparar as técnicas laboratoriais convencionas utilizadas para o diagnóstico de infecção por Leishmania spp. em amostras de sangue humano e canino com técnicas moleculares e realizar a quantificação da carga parasitária. Além disso, realizar a análise espacial dos casos de leishmaniose visceral humana (LV) e canina (LVC), confirmados laboratorialmente e notificados, baseando-se na incidência da enfermidade, entre 2014 a 2016, no município de Bauru (SP), com intuito de identificar as áreas prioritárias para implementação de medidas de vigilância e de controle. Foram avaliadas amostras de 26 pacientes com suspeita clínica de LV por meio do exame parasitológico direto em aspirado de medula óssea, teste imunocromatográfico rápido (TR), reação de imunofluorescência indireta (RIFI), reação em cadeia da polimerase (PCR) e PCR em tempo real (qPCR). Além disso, foram avaliadas amostras de 22 pacientes humanos com suspeita clínica de leishmaniose tegumentar (LT) para realização da RIFI, PCR e qPCR. As amostras caninas foram obtidas por meio dos inquéritos sorológicos realizados em 4725 cães, pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Bauru, e, mediante a positividade no TR (TR-DPP®) foi realizado o teste imunoenzimático (ELISA), PCR e qPCR. A análise espacial foi realizada em 39 casos humanos de LV, com diagnóstico obtido a partir do critério clínico-laboratorial, e nos 4725 cães pertencentes aos inquéritos sorológicos realizados entre 2014 a 2016, destacando os casos de LVC. Nas 26 amostras humanas analisadas para LV, a positividade obtida no parasitológico, TR, RIFI, PCR e qPCR foram: 80,8%, 80,8%, 73,1%, 84,6% e 84,6%. A RIFI foi a metodologia que obteve menor positividade e concordância com as demais metodologias e a carga parasitária se concentrou entre 100 e 1.000 parasitas/mL (68,2%). Nas 22 amostras humanas analisadas para LT, a positividade obtida na RIFI, PCR e qPCR foram: 9,1%, 18,2 e 18,2%. A RIFI obteve menor positividade e concordância insignificante com as técnicas moleculares e a carga parasitária das amostras se concentraram entre 100 e 1.000 parasitas/mL (100%). Nas amostras caninas, a positividade de 11,5% (543/4725) foi obtida em ambas as técnicas (TR-DPP® e ELISA). Nos cães TR-DPP® positivos, a positividade no ELISA, PCR e qPCR foram: 64,9%, 63,9% e 65%. A concordância foi excelente entre o ELISA e as técnicas moleculares. A carga parasitária se concentrou entre 1.000 e 10.000 parasitas/mL (73,9%). Foram identificadas cinco áreas com densidade alta de LV, localizadas nas regiões norte e oeste do município. Foram identificadas duas áreas com densidade alta de LVC, ambas localizadas na região norte. Em duas localidades, na região norte, houve sobreposição, compreendendo 68% dos casos de LVC notificados nos inquéritos sorológicos e 38,5% casos de LV humano. As técnicas moleculares em amostras de sangue constituem uma alternativa menos invasiva de diagnóstico tanto para LV quanto para LT em humanos, devido a alta positividade entre as amostras analisadas e/ou excelente concordância com as técnicas convencionais e, em cães, podem ser utilizadas tanto para o diagnóstico quanto para complementar os resultados sorológicos. As análises espaciais são capazes de gerar informações úteis que auxiliam em um melhor planejamento de ações de vigilância e no controle da doença, além da otimização do uso de recursos públicos para a execução dessas ações.