Do visível ao invisível: considerações psicanalíticas sobre a autolesão e a adolescência e na família
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://hdl.handle.net/11449/251170 http://lattes.cnpq.br/4936340325967362 |
Resumo: | O presente trabalho tem como objetivo compreender o fenômeno da autolesão, na adolescência, bem como suas relações com a família, a partir da leitura da psicanálise e psicanálise de casal e de família. A autolesão é caracterizada como um comportamento intencional de ferir o próprio corpo, sem a intenção de morrer, podendo evidenciar o desamparo e o convite ao olhar do outro, diante de sua dor. Faz-se necessário discutir tal problemática, acreditando que o agravamento do sofrimento psíquico pode levar à esfera mais severa, como o suicídio. Destarte, o adoecer do adolescente, na contemporaneidade, se destaca como um tema emergente da psicologia e saúde pública, sendo fundamental tecer considerações sobre o tema e suas vicissitudes. Este estudo tem, como recorte, a autolesão que ocorre na adolescência, tendo como participantes quatro adolescentes entre 14 e 16 anos, as quais apresentaram comportamentos autolesivos, e suas respectivas famílias. Utilizando o método clínico-qualitativo, através de estudos de casos múltiplos, os dados foram analisados e discutidos de forma singular, em cada caso, buscando entender os significados da autolesão, na adolescência e na família. Os resultados indicaram que as adolescentes inscrevem no corpo um sofrimento psíquico que não foi simbolizado ou transformado em palavras, relacionando-se à crise cultural e à fragilidade dos suportes simbólicos necessários para o desenvolvimento psíquico, influenciados pela sociedade consumista atual. As mães revelaram falhas das funções continentes do Eu-pele familiar, como dificuldade em perceber os cortes e em compreender as queixas das filhas, concentrando-se em satisfazer suas necessidades consumistas. Conclui-se que a autolesão pode ser uma função defensiva contra o sofrimento psíquico do sujeito, comunicando falhas ambientais vivenciadas. Por fim, destaca-se a importância da família na formação do psiquismo na passagem adolescente, fornecendo apoio emocional para lidar com as transformações e lutos exigidos, ao longo da vida. Diante de crises, a família pode acionar a função de remalhagem dos vínculos, incluindo situações de violência relatadas em alguns casos. Em síntese, este trabalho aponta a complexidade da autolesão, na adolescência, e sua conexão com as problemáticas da família, na contemporaneidade. |