Dinâmicas semióticas no processo de autolesão em adolescentes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Cruz, Julie Anne Gomes lattes
Orientador(a): Dazzani, Maria Virgínia Machado lattes
Banca de defesa: Dazzani, Maria Virgínia Machado lattes, Marsico, Giuseppina lattes, Zucoloto, Patrícia Carla Silva do Vale lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGPSI) 
Departamento: Instituto de Psicologia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/36777
Resumo: A presente pesquisa investigou a autolesão em adolescentes sem intenção suicida. Para favorecer a compreensão do fenômeno da autolesão na adolescência, foi adotada uma perspectiva baseada na Psicologia Cultural Semiótica. O objetivo geral da pesquisa foi compreender e analisar as dinâmicas semióticas envolvidas no processo de autolesão em adolescentes. Os objetivos específicos foram: a) Identificar e analisar os sentidos e os significados relacionados à autolesão em adolescentes; b) Descrever e analisar os principais pontos de tensionamento e ambivalência relatados por adolescentes que vivenciam ou vivenciaram práticas de autolesão; c) Analisar como adolescentes que vivenciam ou vivenciaram práticas de autolesão significam o próprio corpo; d) Analisar as estratégias semióticas de autorregulação envolvidas no processo de autolesão em adolescentes. Foi utilizada a abordagem qualitativa e idiográfica. Através da Entrevista Compreensiva, foram entrevistadas três adolescentes com idade de dezesseis e dezessete anos que estavam cursando o ensino médio. Foram respeitados os procedimentos éticos previstos pelas Resoluções n. 510, de 7 de abril de 2016, e 466/2012, do CNS (Brasil. MS, 2012, 2016). O trabalho evidenciou que os sentimentos mais referenciados frente a autolesão foram de angústia, dor, vazio e ansiedade. Foram organizadas quatro unidades (ou eixos) de análise: 1) O contínuo processo de construção de sentidos; 2) A emergência de significados através da ambivalência; 3) O que sinto, meu corpo comunica; 4) Pode deixar que eu resolvo sozinha. Essas unidades apontam para o fato de que o significado se configura como um signo complexo caracterizado pela dualidade entre o que se é e o que poderia ser. Para as adolescentes, a autolesão produz um sentimento ambíguo de desconforto e, ao mesmo tempo, de alívio. A experiência do corpo é, para as adolescentes participantes, como um campo criador de sentidos, de expressão de sentimentos e de subjetividade. Elas registram suas emoções no corpo para que possam lembrar e, ao mesmo tempo, para que possam esquecer. A prática de autolesão expressa, sobretudo, um pedido de socorro.