Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Silva, Maria Georgina dos Santos Pinho e [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/191295
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Resumo: |
A compreensão dos mitos de uma sociedade configura-se como um dos modos mais legítimos para se decifrar sua realidade cultural, já que, por estarem ligados à tradição oral e escrita, evidenciam determinadas práticas sociais e culturais. Isso ocorre porque a natureza oral das narrativas míticas, especialmente das narrativas indígenas que são objeto desta pesquisa, demonstra aspectos do contexto local e de simbologias construídas ao longo de uma tradição que instaura uma realidade mítica. Esta escapa de uma explicação lógica dos fenômenos naturais, da história do povo, de sua organização social, de suas práticas ritualísticas, rompendo, muitas vezes, com a figuratividade de um mundo natural puramente humano como o conhecemos. A partir dessas considerações, propomo-nos a refletir sobre a construção dos sentidos no mito Makunaima por meio de uma análise comparativa de três narrativas: a “Árvore da vida”, relatada por informantes das comunidades indígenas Ubaru (RR), etnia Taurepang, e São Jorge (RR), etnia Makuxi, e a “A árvore do mundo e a grande enchente”, um dos textos do segundo volume de Mitos e Lendas dos Índios Taulepangue e Arekuná de Theodor Koch-Grünberg (1989). Ambas tratam do mito Makunaima, um dos mais conhecidos nas comunidades indígenas de Roraima, que descreve a origem mítica do peixe, dos rios, da oração, do machado e do Monte sagrado que dá nome ao estado de Roraima. Para a análise dos mitos mencionados, valemo-nos dos pressupostos teórico-metodológico da Semiótica Discursiva, através do percurso gerativo de sentido que nos permite refletir sobre as categorias de significação em cada um dos textos. Durante a análise, buscamos comparar as duas versões do mito “Árvore da vida”, com a versão “A árvore do mundo e a grande enchente”, a partir do percurso gerativo de sentido, para identificar as variações e as regularidades que são frutos das escolhas enunciativas de cada versão. Assim, verificamos que a Semiótica Discursiva revela, de forma sistêmica, a relação entre os valores construídos em torno das narrativas, estabelecendo um todo de sentido, coerente e organizado, evidenciando que as escolhas realizadas pelos sujeitos da enunciação e os percursos temáticos e figurativos não apenas garantem a coerência do texto, mas manifestam a sua intenção e propósito, permitindo-nos entender que as regularidades e variações surgem nos textos devido a liberdade do enunciador para escolher a figura dentro do campo lexical. Além disso, as narrativas míticas se constituem um patrimônio cultural, nato da experiência e imaginação, que fortalece as práticas culturais, por imprimirem uma visão sobre o mundo, as vivências coletivas e a realidade indígena, reconhecendo que existem diferenças entre índios e não índios. |