Efeito do consumo alimentar na evolução clínica e nutricional na doença renal crônica não dialítica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Oliveira, Mariana Cassani de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/215371
Resumo: A desnutrição energético-proteica é uma condição frequente na população com doença renal crônica (DRC) pré-dialítica. O conhecimento do gasto energético e do consumo alimentar desta população são fundamentais para melhor manejo nutricional e adequação do estado nutricional. Na literatura atual, pouco se sabe sobre o efeito da ingestão calórica e proteica na evolução do estado nutricional e progressão da DRC. Este trabalho teve como objetivo analisar o comportamento de variáveis clínicas, nutricionais e laboratoriais dos pacientes pré-dialíticos, além de observar se o consumo calórico e proteico foram associados à entrada em diálise e óbito. Foram incluídos indivíduos de ambos os sexos, maiores de 18 anos, com taxa de filtração glomerular (TFG) <20ml/min acompanhados no ambulatório de Pré-diálise do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu. Foram realizadas três avaliações durante o período de seis meses, que englobaram medida do gasto energético de repouso (GER), avaliação antropométrica, da composição corporal, análise de parâmetros bioquímicos e incidência dos desfechos de início de terapia dialítica e morte. Para comparar as variáveis categorizadas no tempo foi realizado teste qui-quadrado de tendência. Nas variáveis quantitativas simétricas foi realizado um Modelo Misto em medidas repetidas seguido de Tukey para comparações múltiplas, e para aquelas que apresentaram uma distribuição assimétrica foi ajustado com Modelo Linear Generalizado com distribuição gama em medidas repetidas seguido de comparações múltiplas. Para comparação dos dados obtidos nos três momentos avaliados foi realizado o teste de ANOVA com medidas repetidas, visando avaliação do efeito das vaeriaveis intra-sujeitos (tempo) e inter-sujeitos (categoria de idade e gênero). Para avaliação post-hoc das comparações múltiplas utilizou-se o teste Bonferroni. Os resultados dos testes de hipóteses foram discutidos no nível de 5% de significância e o programa utilizado para realizar as análises foi o SPSS, versão 20.0. Foram incluídos 53 indivíduos, sendo 62% do sexo masculino, com média de idade de 64,67±13,64 anos e TFG média de 12,45±3,58ml/min/1,73m². Foi observado inadequação do consumo calórico e proteico em relação às recomendações vigentes: homens, mulheres, idosos e diabéticos apresentaram alta prevalência de dieta hipocalórica (<25kcal/kg/dia) e hiperproteica (>0,6 ou >0,8g/kg/dia, quando diabéticos). Os padrões de dieta hipocalórica e hiperproteica não foram associados à entrada em diálise (p=0,128 e p=0,527, respectivamente) ou ocorrência de óbito (p=0,553 e p=0,210, respectivamente) na população geral. Entretanto, foi observado que os indivíduos que apresentaram dieta hipocalórica tiveram redução do índice de massa corporal (p=0,013), redução da circunferência muscular do braço (p=0,007) e aumento da creatinina sérica (p=0,040). Indivíduos que apresentaram dieta hiperproteica também apresentaram aumento da creatinina sérica (p=0,043) ao longo do tempo. Por meio destes dados, salitenta-se a importância do acompanhamento nutricional e dietético frequentes de indivíduos nos estadios finais da DRC, para melhor compreensão do equilíbrio energético e seu impacto no estado nutricional e progressão da doença.