Acompanhamento nutricional de pacientes com doença renal crônica: do pré diálise à diálise tardia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Silva, Ana Luiza Leite de Moraes da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/181704
Resumo: A Doença Renal Crônica (DRC) é caracterizada pela perda progressiva e irreversível da função renal. Distúrbios metabólicos e condições catabólicas relacionadas à doença renal e à terapia de diálise afetam negativamente o estado nutricional de pacientes com DRC, deixando-os permanentemente propensos ao protein energy wasting (PEW). O wasting pode resultar de uma dieta inadequada, mas na doença renal, existem outros fatores que resultam nessa condição. Alterações no gasto energético desta população contribuem de forma importante para o prejuízo nutricional. Sendo assim, o objetivo do estudo foi avaliar, de modo evolutivo, o Gasto Energético de Repouso (GER) e parâmetros nutricionais de pacientes com DRC na fase pré dialítica, dialítica inicial e dialítica tardia, estudando pacientes submetidos a hemodiálise e a diálise peritoneal. Além disso, comparar os valores de GER medidos pela Calorimetria Indireta (CI) aos valores estimados pela fórmula de Harris & Benedict. Foram estudados os pacientes com taxa de filtração glomerular estimada <15ml/min/1,73m² e avaliados de acordo com Protocolo de Avaliação Nutricional e medida do GER por CI. Foram consideradas três avaliações realizadas previamente: nos pacientes em estágio 5 não dialítico, no início da diálise, após 30 dias do início da terapia dialítica e incluído no estudo atual, uma última avaliação, após 1 ano do início da diálise. Os dados foram descritos em média, desvio padrão ou mediana. Foi aplicado modelo misto em medidas repetidas com teste de Tukey ou ajustado por modelo linear generalizado e a análise de Bland & Altman para comparação dos métodos. Considerou-se nível de significância p<0,05. Foram incluídos 22 pacientes com média de idade de 66,8 ± 9,2 anos, sendo 68,1% do sexo feminino, 18,1% afrodescendentes e 59% com diabetes mellitus. Os resultados mostraram que houve redução da albumina sérica entre a primeira (3,7±0,7 g/dl) e a terceira avaliação (2,9±0,5 g/dl) na população geral, e aumento na última avaliação (3,9±0,4 g/dl), fase mais tardia da DRC. Houve também na população geral, aumento dos níveis de proteína C reativa (PCR) logo após o início da terapia dialítica (3,6±8,0 mg/dl) e durante o primeiro mês de diálise (5,8±10,0 mg/dl), com redução significante na fase tardia (1,4±1,6 mg/dl). A ingestão proteica aumentou, tanto para a população geral quanto para o grupo hemodiálise, sendo o aumento, evidenciado pelo Equivalente 3 Proteico do Aparecimento de Nitrogênio (PNA) e PNA normalizado para o peso corporal, ao comparar-se as primeiras avaliações com a última. Foi possível notar também que a ingestão proteica insuficiente no período dialítico, acompanhou a redução da Circunferência Média do Braço (CMB) e dos valores da albumina sérica, no mesmo período, e que o aumento significativo da ingestão proteica na última avaliação acompanhou a recuperação da CMB e aumento da albumina, quando comparada ao início da terapia dialítica. O PCR, clássico marcador inflamatório também apresentou variações semelhantes quando avaliado na população geral. Não houve alteração significativa do GER, mesmo após dividir os pacientes em grupos (hemodiálise e diálise peritoneal). Ao comparar os valores medidos do GER pela CI e pela fórmula de Harris & Benedict, os métodos não apresentaram concordância nesta população.