Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Souza, Micheli Gomes de [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/144317
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Resumo: |
Esta tese insere-se no campo de pesquisas sobre comunicação intercultural, mais especificamente, no contexto do projeto guarda-chuva Teletandem: Transculturalidade na interação online em línguas estrangeiras por webcam. O projeto Teletandem promove parcerias institucionais entre aprendizes de línguas de diferentes universidades, via ferramentas de comunicação como o Skype. Em encontros regulares, pares de aprendizes de português como língua estrangeira fluentes em inglês e aprendizes de inglês fluentes em português, realizam interações colaborativas nas quais um ajuda o outro a praticar a língua estrangeira alvo. O objetivo deste estudo é analisar o processo de negociação de sentidos, permeados, predominantemente, por questões linguísticas, discursivas e sociais e a emergência de mal-entendidos nas interações entre esses aprendizes em parcerias português-inglês realizadas no primeiro semestre de 2012 entre uma universidade brasileira e uma universidade norte-americana. A sessão oral em teletandem é observada, neste trabalho, por uma perspectiva do processo de construção partilhada de significados e sentidos na interação entre os aprendizes, por meio da mobilização do conhecimento sistêmico, de mundo e textual de cada interagente e que permite a eles se posicionarem no mundo e envolverem seus pares na interação. Nesse processo, mal-entendido é considerado como uma ocorrência intrínseca à comunicação. Ele pode se materializar por questões linguísticas, discursivas, compartilhamento de informações equivocadas ou por outras ocorrências que podem gerar falhas na compreensão, incompreensão, desconfortos, situações de riso etc. Tal fenômeno complexo pode, também, não ser percebido e negociado pelos interagentes. Para estudá-lo, adotei, como eixo principal, a perspectiva teórico-metodológica da Análise Crítica do Discurso, a qual me permitiu explorar as características da comunicação intercultural no contexto teletandem. O corpus de análise é composto por transcrições de um total de 9 sessões orais e por perfis escritos de duas duplas focais que realizaram as interações na modalidade de teletandem institucional integrado (caso da universidade estrangeira) e na modalidade institucional não-integrado (caso da universidade brasileira), em uma parceria do primeiro semestre de 2012. Além disso, também são analisadas narrativas sobre mal-entendidos de 13 brasileiros praticantes de teletandem que realizaram interações com diferentes universidades norte-americanas no primeiro semestre de 2014. A análise dos dados traz contribuições para o contexto da mediação em teletandem, a partir do mapeamento dos aspectos que circundam as interações entre os aprendizes. Dentre os principais resultados, constatei que: (a) os mal-entendidos tendem a ser pouco ou superficialmente negociados, sem consideração dos aspectos sócio-discursivos que os constituem; e (b) eles podem, também, estar relacionados ao conceito de cultura, a conceitos adjacentes (não-entendimento, falha discursiva, desacordo, comunicação malsucedida, dentre outros). Além desses resultados, ao observar os impactos dos mal-entendidos na relação colaborativa de aprendizagem em teletandem, constatei outros: (a) que as negociações de sentidos dos interagentes são permeadas por mecanismos de proteção da face; e (b) quando são evidenciados, pelo menos nos dados do presente estudo, os mal-entendidos desempenharam um papel secundário e não comprometeram a parceria, devido ao princípio de colaboração. A colaboração, característica inerente ao contexto teletandem, relaciona-se aos princípios de reciprocidade, autonomia e uso separado das línguas e define-se pela própria concepção do contexto teletandem no qual os aprendizes são envolvidos em uma parceria de troca mútua e construção colaborativa da aprendizagem de ambos. |