Mito, história e memória em Órfãos do Eldorado de Milton Hatoum

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Lemos, Vivian de Assis [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/122240
Resumo: Este trabalho de pesquisa de mestrado foi realizado junto ao Programa de Pós-Graduação em Letras do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, câmpus de São José do Rio Preto (UNESP-IBILCE), sob orientação da Profa. Dra. Diana Junkes Bueno Martha, com bolsa da Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior (CAPES). Ao longo da dissertação buscamos analisar a obra Órfãos do Eldorado (2008), do escritor Milton Hatoum, com o intuito de averiguar como o autor utiliza a memória para articular a construção da novela, publicado em 2008. Segundo aponta Benedito Nunes (2009, p.301-302) a narrativa de Hatoum é fortemente calcada na memória, como atestam, por exemplo, Relato de um Certo Oriente (1989) e Dois Irmãos (2000). Em Órfãos do Eldorado, essa carga memorialística surpreende porque articula três planos narrativos: o mítico, o histórico e o pessoal; este último pautado pelo relato que o protagonista faz de sua difícil relação com o pai, causada pela morte da mãe no momento do parto e dos traumas que são acarretados por isso; traumas que vão surgindo aos poucos na narrativa entre recalques e silenciamentos complexificados pela incursão de aspectos míticos, relativos tanto às lendas da Amazônia e ao mito do Eldorado, quanto à ordenação factual de dados históricos concernentes à história da região amazônica. Em outras palavras, o que se verifica é a convergência desses três planos de modo a configurar um texto marcado pela inventividade, pelo rigor criativo e certo lirismo, responsáveis pelo desenho do regionalismo revisitado que Tania Pellegrini (2004) e Alfredo Bosi (2001) atribuem ao fazer narrativo de Hatoum. O desenvolvimento desta pesquisa pressupõe a análise dos três planos narrativos acima citados, procurando, ao mesmo tempo, propor uma reflexão sobre as articulações existentes entre elas, a partir da ...