Relações étnico-raciais e progressão continuada na escola: o difícil diálogo com a inclusão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Barbosa, Maria Valéria [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/101013
Resumo: A presente pesquisa, buscando descrever e interpretar a singularidade da realidade escolar aqui estudada, inserida no contexto das políticas públicas de progressão continuada e ciclos, pauta-se na concepção de mundo expressa a partir do materialismo histórico-dialético como ferramenta fundamental para apreender o fenômeno da exclusão escolar como uma forma de materialidade da sociedade capitalista, um elemento intrínseco da sua própria organização. Tem como objetivo geral fazer uma avaliação crítica das propostas de progressão continuada e de ciclos escolares implementadas em São Paulo a partir de 1998, como forma de democratizar o sistema escolar e promover a inclusão educacional, em particular em relação ao grupo de crianças pobres e negras. São objetivos específicos: 1) explicitar o modo pelo qual os mecanismos utilizados pela política de progressão continuada e de ciclos escolares não conseguem evitar a exclusão educacional de uma parcela da população que frequenta as séries iniciais do ensino fundamental; 2) descrever uma experiência bem sucedida de condução dos processos de ensino e de aprendizagem no interior da escola que torna possível a inclusão de crianças pobres e negras no acesso ao conhecimento escolar. Realiza-se por meio de pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo desenvolvida por meio de projeto de intervenção com um grupo de crianças das séries iniciais do ensino fundamental que frequentavam três classes de reforço escolar em uma escola do município de Marília. Conclui que a escola sob a égide das políticas públicas de progressão continuada e ciclos promove uma inclusão aparente, que exclui especialmente as crianças pobres e negras ao restringir a aprendizagem do conteúdo escolar e desconsiderar a existência do racismo em suas relações, caracterizando o “fetiche da igualdade”