Leitura e escrita de mundo com a matemática e a comunidade LGBT+: as lutas e a representatividade de um movimento social

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Barros, Denner Dias [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/215761
Resumo: Diversos grupos são excluídos e privados de seus espaços na sociedade, seja por seu gênero, raça, religião, orientação sexual, condição socioeconômica, dentre outros aspectos. Estas pessoas pertencentes a grupos intitulados como sub-representados, se organizam e se reconhecem através de suas similaridades e diferenças para lutar por uma sociedade mais justa. Deste cenário, surgem os movimentos sociais que realizam mobilizações na busca por mudanças. Esta tese tem como foco o movimento LGBT+ que tem sofrido inúmeras violências em nosso país que é recordista em crimes de ódio contra esta população. Os espaços de luta destes grupos, que promovem resistência contra esta situação, também podem ser entendidos como lugares de produção de conhecimentos para uma leitura (conscientização) e escrita (transformação) de mundo, ou seja, a luta é pedagógica. O objetivo desta pesquisa foi investigar possibilidades de ações de leitura e escrita do mundo com a matemática em um espaço do movimento LGBT+. A produção de dados foi desenvolvida em uma casa de acolhimento para pessoas que foram expulsas de suas casas depois de assumirem seu gênero e/ou sexualidade na cidade de Presidente Prudente, no interior do estado de São Paulo. Foram realizadas entrevistas com voluntários que trabalhavam no projeto e rodas de conversa abertas para todos para discutirmos temas da comunidade LGBT+ pautados nos preceitos da leitura e escrita de mundo com a matemática. A matemática foi levada em consideração por seu caráter transformador, já que ela pode se constituir em uma poderosa ferramenta de interpretação de situações de opressão vivenciada por tais grupos. Nos inspiramos na perspectiva de Educação Matemática para Justiça Social em que os estudantes aprendem matemática para compreender e combater as desigualdades e injustiças. Assim, conseguimos constatar que estes espaços oportunizam a construção de três tipos de conhecimento: científico, da comunidade e crítico em relação à matemática. A matemática tem sido utilizada tanto em uma perspectiva utilitarista para fazer operações do cotidiano, como para embasar discursos que são usados na luta para, por exemplo, pleitear políticas públicas. Esperamos que os resultados da pesquisa possam promover maior valorização dos movimentos sociais e espaços de luta, entendendo que são lugares pedagógicos e que as educadoras e educadores reconheçam a importância do engajamento nas lutas, além de vislumbrarem possibilidades para discussões sobre a comunidade LGBT+ e diversidade em espaços de Educação Matemática.