Heranças do romance naturalista: alcoolismo e distúrbios psicológicos em Alma em delírio, de Canto e Mello

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Mingotti, Rodrigo Donizeti
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/204919
Resumo: O presente estudo coloca sob análise a vertente literária do Naturalismo brasileiro, despontada ao final do século XIX, mas ainda relevante no início do século XX, com textos e escritores adeptos ao movimento, como é o caso do romance Alma em delírio, publicado em 1909, de autoria de Pedro de Castro do Canto e Mello, obra que este trabalho pretendeu investigar. Alma em delírio aproxima-se de um dos romances de tese de Émile Zola, L’Assommoir (1877), considerando que o escritor francês muito inspirou as produções literárias naturalistas brasileiras. A partir de leituras analítico-interpretativas, e com base nas concepções da estética naturalista propagada por Zola e ramificada no Brasil, foi possível notar, de forma consistente, marcas naturalistas em Alma em delírio, de modo a possibilitar uma abordagem comparativa entre o romance brasileiro e L’Assommoir. Foram observadas, portanto, semelhanças e diferenças entre os romances, considerando o viés naturalista que os marca, levando em conta, também, os temas alcoolismo e loucura, focalizados em ambos. Para uma melhor contextualização – ponderando tratar-se de textos de cunho cientificista, propriedade naturalista – foi realizado um estudo sobre as teorias científicas, inerentes às temáticas, evidenciadas na segunda metade do século XIX, na França e no Brasil, espaço-tempo dos romances. Em conclusão, a narrativa de Canto e Mello configura um romance particular do Naturalismo brasileiro que, embora tardio e silenciado pela crítica e historiografia literárias, merece ser revisto.